Ocupar o espaço público e proteger a propriedade privada. Essas duas ações traduzem os temas de destaque dessa semana. Com o período de festas de final de ano, não é de hoje que precisamos ficar atentos em relação à segurança. Com viagens, pagamento de décimo terceiro salário aos que contam com esse benefício e as saídas para as compras, oportunidades para crimes ficam mais evidentes. É preocupante o relato feito por moradores da Vila Anglo Brasileira e Pompeia sobre sete ocorrências de roubo a residências em um mesmo dia.
Existem alguns mecanismos para coibir esse tipo de crime, como a instalação de câmeras de segurança, mas isso não é suficiente para impedi-los. Os vizinhos também lamentaram que, ao que parece, continuam em perigo, sem ser informados sobre investigações ou identificação dos suspeitos.
Se ninguém deveria ter sua residência, sua propriedade, invadida e violada, o contrário também é válido. Áreas públicas, ainda mais as verdes e de lazer, não podem ter barreiras físicas que impeçam o acesso pela população. Caso que acontece no Alto da Lapa na Praça Álvares de Azevedo. O convívio com lugares ao ar livre, que já eram importantes antes, se tornaram essenciais nesse cenário de pandemia. Em reuniões do Conselho Regional de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz (Cades) da Lapa, foi citado o edital que prevê a instalação de um projeto educacional ecológico para a área, que ainda não teve sua proposta vencedora divulgada. Sabemos que os trâmites devem ser seguidos e que há uma burocracia necessária quando estamos lidando com patrimônio público, mas por que não liberar a área para uso até essa definição ser feita?
Talvez alguma manutenção precise ser implementada no terreno, mas isso não deveria ser algo difícil de incluir no calendário de zeladoria. Aqui estamos falando de uma praça, mas isso se aplica também ao Parque Orlando Villas-Bôas, por exemplo, que já deveria ter sido reaberto e devolvido à população há bastante tempo.
E por falar em espaço público, o canteiro da Avenida Doutor Gastão Vidigal continua sendo alvo de reclamações com o aumento das barracas de pessoas em situação de vulnerabilidade. Pior do que ter barracas, é saber que tantas pessoas não conseguem ter acesso a uma moradia digna. Do jeito que as coisas estão, a tendência é que mais pessoas se encontrem nessa condição. A Prefeitura pretende realizar uma obra de zeladoria no canteiro, que é sim necessária, mas não resolve o principal problema.