Cultura e sustentabilidade

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Ter um olhar voltado à promoção da cultura sempre foi necessário. Já em relação a sustentabilidade, que sempre foi importante, se torna agora uma prática urgente, que todos deveriam se empenhar para seguir.

Revitalizar e ativar uma área pública, como o Viaduto da Lapa, está dentro dessas diretrizes. Ter locais de lazer gratuito, que ofereçam atividades culturais ou de bem-estar, também faz parte de uma agenda sustentável. Embora existam críticas cabíveis aos processos de concessão, cada vez mais frequentes, eles são uma forma de desonerar o orçamento público e garantir contrapartidas que antes simplesmente não existiam. É fundamental acompanhar que o contrato seja cumprido e que os interesses coletivos sempre sejam priorizados em relação aos particulares.

Já eventos de grande porte como a Virada Cultural que acontece neste final de semana não deveriam ser alvo de crítica. A proposta de oferecer uma programação descentralizada e plural é muito democrática, já que para parte considerável da população o custo do transporte pesa. É uma oportunidade muito boa também para circular pelas ruas do Centro da cidade à noite, já que com a maior quantidade de pessoas e policiamento, acaba sendo uma experiência mais segura, diferentemente dos dias normais em que algumas ruas e a falta de movimento são motivo de apreensão em uma cidade que parece cada dia mais violenta.

Criticam a Virada Cultural aqueles que acreditam que o uso dos recursos públicos são mais necessários em outras áreas. Muitos deles também desaprovam as leis de fomento ou incentivo, como Rouanet e Aldir Blanc, sem nem ao menos entender seu funcionamento. Se é para reprovar a renúncia fiscal por parte do governo, seja municipal, estadual ou federal, tem somas muito maiores e sem benefícios para a população que mereciam ser alvo de questionamento.

E se estamos falando em estímulos, gestores públicos e a iniciativa privada precisam fomentar as práticas sustentáveis, seja através de subsídios, incentivos fiscais ou investimentos. Não porque é admirável se preocupar com o meio ambiente, porque é bonito colocar em uma apresentação as boas ações realizadas, mas porque ignorar essas diretrizes pode tornar a nossa sociedade inviável mesmo. E é essa a reflexão que a Bienal do Lixo traz, ao combinar sustentabilidade e arte. Afinal, a cultura além de ser uma forma de diversão tem ainda o grande papel de nos fazer refletir. Precisamos dela sempre.

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