Os nômades do SUS

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Há necessidade de pesquisa para aferir dados produzidos pelos equipamentos de saúde, além de ouvir os usuários, para comprovar o que constatamos na prática: é falho o sistema de regulação de consultas. O Sistema Cross tem transformado usuários SUS em nômades urbanos.

Concebido para agilizar possíveis lacunas de atendimento localizado, tal sistema tornou-se regra para serviços clínicos e hospitalares em toda a cidade, provocando a descaracterização de um princípio básico do SUS – a territorialização. Quando o profissional de saúde solicita exames clínicos, essa solicitação será incluída no sistema virtual de busca que “oferecerá” o serviço na primeira vaga que aparecer, seja lá em que região da nossa mega cidade estiver. Assim, a aberração de pacientes da ZO serem remetidos para ZL e vice versa, tornou-se o modus operandi. A consequência óbvia é o aumento do absenteísmo, com a esperança de se conseguir vaga mais próxima de sua moradia ou trabalho.

Daí podemos inferir o prejuízo causado à já tão combalida saúde pública diante da grande quantidade de serviços contratados e não efetuados. Perde o usuário duas vezes: ao ser desrespeitado enquanto cidadão que merece ser atendido em seu território e enquanto contribuinte, diante do desperdício de dinheiro público. Que essa falha de logística seja sanada por políticas que não mercantilizem a saúde pública e respeitem a Lei SUS – lastro do maior patrimônio do povo brasileiro. VIVA o SUS!

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