Um convite ao ‘jornalismo plural’

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Se tem algo que aprendi nesses mais de 35 anos como jornalista é que uma notícia, em si, não contém a verdade absoluta. Ela é, sim, fruto de muita pesquisa, algumas entrevistas e de uma forte ‘pitada’ do conhecimento e das experiências adquiridos ao longo da vida por quem publica aquela informação. Mas, mesmo assim, sempre parcial e limitada na informação que contém.

Como, então, se fazer crer num jornalismo que seja, digamos assim, minimamente isento? Que transmita a informação que faça valer à pena ao leitor abrir um jornal, escutar o rádio ou a TV e entrar nos sites de notícias? O que chega mais perto da resposta ideal talvez seja o mesmo velho chavão que move os veículos de comunicação: buscar o fato procurando ouvir todas as partes envolvidas.

Transportando essa máxima para as páginas de um jornal de bairro, o que chegaria mais perto de informar com competência, imparcialidade e relevância seria refletir, ao máximo, em cada edição, as características, peculiaridades e anseios dessa comunidade para a qual queremos comunicar.

E em meio à diversidade de culturas e experiências que, com certeza, iremos encontrar ao ousarmos cumprir tal missão, será preciso buscar um ponto de convergência, um fio condutor… Por isso a importância de fazer esse trabalho tecendo parcerias com os principais atores que fazem parte do cenário dos bairros. Dessa forma, a comunicação entre as partes fica mais fácil. A informação chega de maneira mais fluida e natural – e o que é melhor, vinda de vertentes variadas. Assim, o risco de ser parcial diminui, cedendo espaço ao que podemos chamar de ‘jornalismo plural’.

Por isso, aqui no Jornal da Gente e no portal Tudoeste, todos aqueles que quiserem compartilhar seu ponto de vista para ajudar a compor nosso conteúdo serão bem-vindos! E eu incluo nesse ‘rol’ de ‘jornalistas coadjuvantes’ não apenas os cidadãos comuns, moradores da Lapa, Romana, Leopoldina, Perdizes ou Pompeia. Mas também os órgãos públicos e entidades de classe que atuam na região – Subprefeitura, polícias Civil e Militar, CET, assim como OAB, CIESP, Associação Comercial, Rotary e muitas outras.

Unindo todos esses pontos de vista – como fizemos nesta edição ao publicar uma entrevista com o subprefeito da Lapa, Coronel Marcus Vinicius Valério, e um artigo do morador e ex-líder comunitário da Vila Romana, Adriano Romão – conseguimos chegar mais perto de trazer aos nossos leitores a informação completa e de qualidade.

Nesse caso, como em muitos outros que já ilustraram ou vierem a ilustrar as edições do JG e do portal, vamos expor divergências; necessidades e anseios distintos apontados pelos vários atores e personagens. E essa troca, às vezes conflitante, é extremamente saudável e se torna o pilar da nossa forma de encarar o jornalismo, sempre com paixão e responsabilidade.

Quem estiver disposto a colaborar nessa jornada, fique à vontade. E tenha a certeza de que receberá, sempre, uma recepção calorosa.

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