Após seis meses de trabalho de customização e de 40 dias de simulação e treinamento, o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) da capital passou a rodar um novo sistema de atendimento. Na comparação com o sistema antigo, a nova plataforma mostrou um incremento de mais de 20% na efetividade do atendimento, passando de 59% para 82% de casos finalizados. Além disso, o tempo para a saída de ambulâncias para os casos prioritários caiu de 19 para três minutos, em média.
Entre as funcionalidades que permitiram esses resultados estão o uso de geolocalização para a identificação dos endereços das ocorrências em poucos segundos, o armazenamento de todos os dados em nuvem, a integração com outros serviços, como Bombeiros, Defesa Civil e hospitais, além da eliminação da necessidade de disponibilizar documentos como ficha de atendimento, que passam ser acessados eletronicamente.
“A ferramenta está em evolução e entre as próximas melhorias previstas estão a adoção de tablets pelas equipes de campo e a integração ao aplicativo e-saúdeSP, o que permitirá o acesso rápido às informações médicas dos cidadãos que buscam o Samu e já são atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na capital”, explica o coordenador de regulação médica do Samu, José Caruso.
No futuro, o novo sistema também deverá ser integrado, juntamente com outros órgãos e serviços públicos, ao Smart Sampa, sistema de inteligência da Prefeitura Municipal de São Paulo que está em fase de desenvolvimento. A expectativa, com as melhorias, é facilitar o trabalho dos profissionais, integrar dados e qualificar o atendimento, o que se refletirá em ainda mais agilidade.
Caruso lembra também que o sistema utilizado pelo Samu é parte crucial do serviço, uma vez que integra todas as etapas, equipes e dados, desde a recepção da chamada pelo 192 até a finalização do socorro, nas ocasiões em que acontece o deslocamento de equipe para o local do chamado. Por dia, são cerca de 1.200 chamadas atendidas, que resultam em cerca de 600 ocorrências e 350 saídas de ambulância.
A partir do momento em que a chamada é registrada na central 192 e o usuário responde às duas primeiras perguntas do atendente – sobre o endereço da ocorrência e o motivo da chamada -, os casos são classificados em cinco categorias de gravidade em ordem crescente: alpha, bravo, charlie, delta e echo, seguindo padrão internacional do alfabeto fonético.
Exceto para os casos mais graves (echo), nos quais a ambulância é enviada imediatamente, as demais ocorrências passam por avaliação da regulação médica, antes de irem para a chamada “sala de despacho”, responsável por acionar as equipes de campo, que saem em ambulâncias e motolâncias. Essas equipes estão posicionadas nas áreas de abrangência das seis Coordenadorias Regionais de Saúde (CRSs) da capital.
Para atender à demanda da cidade de São Paulo, o Samu conta com hoje com 86 bases distribuídas em todas as regiões, 120 ambulâncias e 36 motolâncias (que realizam o primeiro atendimento nos casos mais graves, antes da chegada da ambulância). As equipes de campo contam com 443 condutores de ambulância, 200 médicos, 900 enfermeiros e técnicos de enfermagem, 361 auxiliares de enfermagem, 120 técnicos auxiliares de regulação médica e 53 operadores de rádio chamada.