Mais uma vez a região da Vila Jaguara, um dos seis distritos da Subprefeitura Lapa, ganha as manchetes dos grandes sites e jornais, que vêm expondo, continuamente, a situação fora de controle no combate à dengue em toda aquela área.
Na semana que passou, as principais mídias locais e nacionais enfatizaram que a incidência da doença na Jaguara é, atualmente, quase seis vezes maior do que a taxa registrada em toda a cidade, de acordo com o último boletim epidemiológico de arboviroses.
Isso é, simplesmente, um absurdo! Enquanto São Paulo apresenta, hoje, um coeficiente de incidência de 1.832,7 por 100 mil habitantes, com pouco mais de 220 mil casos, o nosso distrito chega a uma taxa de 10.500 por 100 mil moradores. Em número de casos, a Vila Jaguara soma, este ano, 2.518 pessoas infectadas.
Sabemos que a dengue, este ano, tomou conta da cidade, transformando-se em epidemia nos 96 bairros paulistanos. Ok, isso é fato! Mas o problema aqui na Jaguara atinge uma dimensão desproposital, já que esse distrito, desde que se começou a noticiar o aumento dos casos de dengue na capital, tem liderado o ranking dos bairros onde a incidência da doença é maior.
A pergunta que não quer calar é: por que, apesar das campanhas com orientações sobre como combater o Aedes Aegypt, dos sobrevoos de drone, do aumento no número de agentes de saúde e na aquisição de pesticidas pelo município, nossa região não consegue reduzir o número de casos de dengue?
E ao lançar esse questionamento, eu não falo apenas da Jaguara, mas da região da Sub Lapa como um todo, já que o último boletim epidemiológico dá conta de que os casos da doença nos distritos da Lapa e de Perdizes também deram um grande salto, permanecendo estáveis apenas na Leopoldina.
Acredito que, diante de índices assim tão assustadores, já passou da hora de organizarmos juntos – sociedade civil, entidades e poder público – um grande mutirão de conscientização, prevenção e redução dos focos da doença em toda a área da Sub Lapa. Temos visto ações isoladas, como a da Ceagesp, mas o efeito delas ainda não foi sentido na prática.
Penso que está em nossas mãos mudar o teor dessas manchetes e transformar tantos números ruins em ‘cases’ de superação. Mais do que a chegada da vacina (que, aliás, ainda não vimos por aqui), para a nossa região vencer o mosquito será preciso tecer uma enorme corrente de união que percorra, uma a uma, as esquinas de cada bairro, chegando a cada uma das casas, dos edifícios, escolas e empresas. Precisamos entender, de uma vez por todas, que o mosquito da dengue não se prolifera apenas no quintal do vizinho. E que se não o combatermos também no nosso quintal, fatalmente não ficaremos imunes à doença.