Em uma reunião extraordinária do Conselho Gestor, na quarta-feira, 30, o gerente da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Lapa, Fernando Cabral, explicou aos conselheiros presentes que o funcionamento do novo equipamento ainda está sendo adaptado à realidade da demanda e que isto tem acarretado problemas no atendimento registrados na Ouvidoria da Saúde desde sua inauguração, em janeiro.
Entre as reclamações levantadas, estão casos de pessoas que ficaram mais de oito horas para serem atendidas – quatro apenas para passarem na triagem -, pacientes medicados de maneira equivocada, postura antiética de médicos e, até mesmo, falta de equipamentos como um simples ultrassom e de médicos especialistas, como já relatou o JG.
“Temos registrado 15 mil atendimentos mensais, o que está em acima das expectativas”, diz Cabral. “Isto é natural, pois a UPA foi recém-inaugurada e é tida como referência em atendimento de emergência, o que atrai as pessoas para cá. Sendo assim, estamos estudando maneiras de acomodar a demanda”.
Para o gerente, um problema preocupante que também vem interferindo no atendimento da UPA Lapa é o alto absenteísmo dos funcionários, especialmente da enfermagem. “Isto vem ocorrendo, principalmente, por conta dos dois modelos de contratação que temos aqui na UPA. Parte dos funcionários trabalha em regime CLT, contratados pela OS Saúde da Família, que administra a unidade, e outros são funcionários concursados da Saúde. Como as cláusulas contratuais, especialmente os referentes à carga horária, são diferentes, está havendo conflito entre eles”, explica Cabral.
Para melhorar o diálogo entre a equipe, a coordenação da UPA Lapa elaborou um boletim interno ressaltando as boas práticas de relacionamento. Mesmo assim, os conselheiros sugerem que a coordenação aja de forma mais firme, mapeando os dias e horários nos quais o absenteísmo da equipe é mais recorrente para que sejam identificados os funcionários faltantes e definidas ações para que isso não interfira no atendimento da UPA. “Esses funcionários precisam ser responsabilizados, mas antes de tudo precisamos identificar quem vem faltando”, diz a conselheira Maria Bertolina de Moraes.