Por diversas vezes já chamamos a atenção, aqui neste espaço, que, com seus mais de 40 KM2 de área, a região que abrange a Subprefeitura Lapa é marcada por enormes contrastes sociais e de infraestrutura. Enquanto na Vila Romana, Perdizes, Pompeia e Leopoldina vemos explodir o desenvolvimento urbano que, apesar de acarretar problemas de adensamento e segurança, traz qualidade de vida para quem mora ali, a chamada “periferia” da Lapa, ou seja, os bairros do Jaguaré e Vila Jaguara, ainda vivem uma realidade adversa, já que não há incentivos suficientes para que o desenvolvimento chegue até lá.
Por isso, é extremamente importante a discussão que o Conselho Participativo Municipal (CPM) começa a fazer em cima das propostas encaminhadas por nós, munícipes, via plataforma Participe+, para receber a verba de R$ 10 milhões do Orçamento Cidadão destinada à Subprefeitura Lapa. Está nas mãos dos conselheiros participativos da região, eleitos com os votos dos lapeanos para fiscalizar as contas da subprefeitura e ajudar, com propostas, a administração local, escolher 15 desses projetos e submetê-los ao parecer dos órgãos municipais competentes para que sejam definidos quais deles serão contemplados com a verba.
Se quisermos tornar realidade o sonho de pertencermos a uma região mais igual, na qual os contrastes sejam menos evidentes e todos tenham qualidade de vida, nossos conselheiros devem trabalhar para encaminhar propostas que, de fato, impulsionem aquelas áreas da Subprefeitura Lapa menos favorecidas. A boa notícia é que, pelo que se viu na última reunião mensal do CPM, há um consenso, entre seus membros, de que o conselho precisa atuar de forma a respeitar a voz de cada um e de todos, sem desmerecer as opiniões daqueles que representam os bairros hoje menos favorecidos – e, ao contrário, fazendo prevalecê-las.
Ainda em relação ao Orçamento Cidadão, também é importante destacar a disposição dos conselheiros em abrir um canal mais estreito de comunicação com o subprefeito coronel Paulo Adriano Telhada, para, assim, discutir previamente sobre a viabilidade dos projetos mais cotados, de forma a evitar que as propostas escolhidas ao final do processo venham a ser rejeitadas pelo poder público por possuírem qualquer tipo de impeditivo.
Uma democracia, vale lembrar, se faz quando o poder público e a população trabalham de mãos dadas, pensando sempre no bem comum. Com a verba do Orçamento Cidadão, se bem usada, temos a chance de dar um bom exemplo, ajudando a construir uma região melhor para cada um e para todos!