Cultura para todos

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Os últimos acontecimentos da Virada Cultural criada para que o povo, independente da sua condição financeira para acesso a eventos culturais, deixou muito a desejar com arrastão e duas mortes no último final de semana. Ao concentrar a maioria dos shows na área central da Cidade, a Prefeitura pecou. Nem mesmo o investimento de cerca de R$ 10 milhões, com 900 atrações em 25 palcos, evitou que até mesmo o senador Eduardo Suplicy (PT) tivesse sua carteira e celular furtado, no sábado, durante o show de Daniela Mercury e Zimbo Trio. Suplicy foi vítima do furto enquanto cumprimentava o público na Praça da Estação Júlio Prestes. Do mesmo partido do prefeito de São Paulo Haddad, o senador sentiu na pele o que a população fica exposta durante um evento que reúne uma multidão (cerca de 4 milhões de pessoas) em shows com grandes nomes da música nacional e internacional, gratuitos, em uma área central e de fácil acesso a todos.

Ao contrário do mega investimento da Virada, a Feira de Artes e Cultura da Vila Pompeia demandou muito trabalho aos seus organizadores do Centro Cultural Pompeia, para compensar a falta de recursos. Sem grandes atrações e sem pagamento de cachês, o Centro Cultural Pompeia conseguiu, mais uma vez,  reunir 100 mil pessoas que puderam conhecer o trabalho de artesãos, inclusive de outros países, nas 600 barracas, e assistir as apresentações musicais de novos talentos nos nove palcos do evento.

Apesar da feira fazer parte do calendário oficial de eventos da Cidade, a iniciativa foi tratada com visível descaso pelo poder público municipal. Os organizadores tiveram que arcar com o custo de vários itens, como a locação de som para os palcos fornecidos pela SPTuris. Quem circulou pela área do evento na segunda-feira pela manhã pode constatar que o lixo não tinha sido recolhido pela concessionária contratada da Prefeitura, gerando insatisfação dos moradores e comerciantes locais.

Faria bem à equipe de Haddad, responsável pelas iniciativas ligadas à cultura na Cidade, prestar um pouco mais de atenção a eventos como a Feira da Pompeia e aproveitar a experiência de seus organizadores. Não só problemas causados pela grande concentração de pessoas seriam evitados, como também recursos públicos, no fundo dinheiro do cidadão contribuinte, seriam poupados.

O capitão 2º Cia do 23º Batalhão da PM, Roberto Takeshi, responsável pelo policiamento da Pompeia, revelou na reunião de terça-feira do ConsegPerdizes/Pacaembu, que a Feira de Artes da Pompeia não teve nenhum registro de ocorrência. Prova de que os moradores da região puderam desfrutar de um dia agradável e se divertir com toda segurança, ao lado de familiares e vizinhos. 

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