O novo é velho

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2025

 No reinado de Dom Pedro II, os partidos Conservador e o Liberal alternavam-se no poder.Porém, dada à extrema convergência ideológica e prática das duas correntes, ficou famosa a seguinte frase:“Nada mais parecido com um conservador do que um liberal no poder e nada mais parecido com um liberal do que um conservador no poder”. Na maior cidade brasileira, quatro anos de administração petista (Marta Suplicy) foram sucedidos por oito de gestão Serra-Kassab. Em 2012, a urnas tiraram o PT da oposição e o transformaram em governo conduzido por Fernando Haddad. Essa alternância da hegemonia política na maior cidade brasileira nos permite, em certos aspectos, fazer uma releitura da máxima imperial. O PT, enquanto oposição, sempre criticou a fragilidade das subprefeituras. Mas nesse verão, diante da combinação natural sol-chuva, a estrutura de zeladoria da Sub Lapa, como no passado recente, carece de recursos (financeiros e humanos) para retirar o mato das praças e sarjetas da região.  Os petistas condenaram a política social da Prefeitura, considerando inadequados o método de abordagem e oferta feita a quem mora nas ruas. Ao ser questionada sobre a presença de famílias com crianças (entre 10 meses e três anos) no Viaduto Moffarej, a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), encaminhou a seguinte resposta, que parece ter sido retirada “ipsis litteris” dos arquivos deixados pela infeliz gestão de ex-secretária Alda Marco Antonio (governo Kassab). A pasta, cuja titular agora é Luciana Temer (PMDB), diz  que atua “realizando abordagens e encaminhamentos, por meio de orientadores sociais”.A SMADS informa que para propiciar a saída do morador de rua e promover o retorno ao convívio da família e comunitário é desenvolvido um trabalho socioeducativo.“Nossos agentes trabalham na identificação, aproximação, escuta e encaminhamento das pessoas que aceitam para a rede de proteção social”. Outra forma de lidar com a questão  dos sem- teto, é providenciar o retorno “para a terra natal, quando desejado”. A secretaria diz que a maioria dos cidadãos abordados recusa o atendimento. “Não podemos obrigá-los a aceitar os serviços oferecidos”. Haddad foi apresentado por Lula como o novo capaz de revolucionar o velho. Será que ambos assinam embaixo o enredo “dè jà vu” – aquela impressão de já ter visto algo antes – montado pela secretária Luciana Temer? 

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