Marcha lenta

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Bandeira histórica do PT, a inclusão social, em particular naquela faixa onde estão localizados os moradores em situação de rua, precisa, urgentemente, ser hasteada na região da Sub Lapa pelo próprio PT e aliados, responsáveis pela adoção das políticas públicas para essa área. Passados mais de vinte dias da posse do prefeito Fernando Haddad e equipe, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), que tem como titular Luciana Temer, filha do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), não sinaliza nem com propostas nem com trabalhos de campo, conforme pôde constatar a reportagem do Jornal da Gente ao percorrer pontos críticos de concentração de excluídos (homens, mulheres e crianças) que têm como moradia barracos de madeira ou sacos plásticos.A problemática dos sem-teto atravessou as últimas gestões municipais (Marta, Serra e Kassab) sem perspectiva de solução. O silêncio da atual administração petista diante dos moradores em situação de rua é justificado pela SMADS por conta da adaptação da nova equipe no comando da secretaria.Tal justificativa, a bem da verdade, carece de sustentação. Os arquivos do Centro de Referência da Assistência Social Lapa (CRAS) – órgão vinculado á SMADS – guardam, até mesmo por conta de interpelações do Ministério Público, informações detalhadas sobre o perfil dos sem-teto na região da Sub Lapa (nome, idade, escolaridade, profissão, problemas com dependência química). Portanto, qualquer novo responsável pelo CRAS Lapa que se apresente para assumir o órgão não começará nunca do zero, pois, de imediato, já terá um mãos um quadro completo, pronto para receber intervenções. Na realidade, o grande problema na SMADS é que a gestão Haddad engatou marcha lenta na montagem das equipes de trabalho não só nessa secretaria como nas demais, o mesmo valendo para outros órgãos municipais. Sem definição dos nomes de comando, não há como dar diretriz alguma a qualquer problema, seja ele social, de infraestrutura ou mesmo de zeladoria urbana. No plano da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, a situação do CRAS-Lapa estava indefinida até o fechamento desta edição. Tudo se resumia a um compasso de espera e reconhecimento do terreno por parte da secretaria. Diante disso fica aqui uma pergunta: a estrutura de comando e o preenchimento de postos-chaves na SMADS não deveriam ter sido articuladas no chamado período de transição que ocupou a agenda municipal durante 60 dias? 

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