Pesadelo comunitário

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Depois de tanta luta pela instalação de um parque na Vila Leopoldina, a comunidade vê o sonho desmoronar com o fechamento do espaço instalado, desde 2010, na antiga área de lazer de funcionários da Sabesp.  A histórica conquista envolveu entidades como o Conselho das Associações Amigos de Bairro da Região da Lapa, o Movimento Popular de Vila Leopoldina e do historiador José Carlos de Barros Lima.

A entrega do parque à comunidade, em 7 de janeiro de 2010, foi uma festa que contou com a presença do então prefeito Gilberto Kassab, do governador José Serra e da subprefeita Soninha Francine, secretários municipais da época e do vereador Gilberto Natalini entre os parlamentares. A viúva de Orlando Villas Bôas, dona Marina, os filhos Orlando e Noel e o netinho (Orlando) estavam presentes no dia que o célebre sertanista, cuja família mora no Alto da Lapa, deu nome ao parque. 

A inauguração com gosto de conquista comunitária, vai ficando para trás. Além do fechamento do parque (em 9 de março) por liminar judicial à pedido do Ministério Público Estadual, a administradora Fernanda Cristina Luiz foi exonerada do cargo na última sexta-feira (27). Sem funcionamento, sem direção e sem definição sobre a posse definitiva pela Prefeitura (da área que pertence a Sabesp, por pagamento ou permuta) e ainda a possível contaminação da área, o filho do sertanista Orlando Vilas Bôas vai pedir à Secretaria do Verde e Meio Ambiente a retirada do nome do seu pai do parque. Na verdade, Noel disse que foi uma decisão da família. Falou da dívida de gratidão com as pessoas que lutaram pelo parque e por colocar nele o nome de seu pai. Mas, disse que, chegou a um ponto de ser um desrespeito do poder público municipal com a memória do seu pai, com a família Villas Bôas e também com aqueles que travaram uma verdadeira batalha pela implantação da área de lazer na Leopoldina. 

O juiz decidiu fechar os portões pela falta de informações da Sabesp (dona do terreno) sobre a análise ambiental do local. Segundo o Ministério Público, o fechamento foi pedido porque durante a implantação do parque algumas pessoas, que tiveram contato com o solo, passaram mal.  A medida foi para preservar a saúde dos frequentadores do local (de uma possível contaminação até a análise do solo). 

A Secretaria Municipal do verde e Meio Ambiente vai recorrer da decisão. Por outro lado, a Sabesp já contratou uma empresa especializada para fazer a análise, mas a conclusão dos trabalhos está prevista para outubro e o termo de permissão de uso com a Secretaria Municipal do Verde vence antes, em agosto. 

Com o avanço da especulação imobiliária, o medo da comunidade é que a Prefeitura devolva a area à Sabesp e o parque, hoje fora de funcionamento e sem direção, vire um pesadelo com torres no lugar do verde, e os portões não se abram mais para o lazer da comunidade.

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