Diálogo franco

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Transparência foi a palavra de ordem usada, reiteradamente pelo coronel Carlos Celso Savioli, responsável pelo Comando de Policiamento e Área Metropolitana Oeste (CPA/M-5), em encontro no qual recebeu a comunidade com o objetivo de mostrar números referentes ao 4º Batalhão de Policia Militar.  Numa apresentação repleta de detalhes, Savioli e equipe explicaram a dinâmica de funcionamento das três Companhias da PM que atendem a população da Sub Lapa, bem como o comportamento dos principais indicadores regionais da criminalidade.
Mas não foram os números nem estatísticas o ponto alto do encontro. O que chamou a atenção nas mais de duas horas de diálogo, foi de fato a absoluta transparência do coronel Savioli ao lidar com uma inquietante questão: afinal, o efetivo do policiamento responsável pela segurança bairros da gente é ou não compatível com o tamanho da população fixa e flutuante? 
Sem meias palavras, Savioli respondeu que “o coberto é curto” mas que a ação da PM nos bairros poderia ser bem mais ampla se os efetivos em serviço não tivessem que ser deslocados para atender ocorrências como escoltas de preso e de máquinas caça níqueis apreendidas ou denúncias de prostituição, barulho fora de hora e até mesmo situações como a dos moradores em situação de rua. Em relação aos sem teto, a intervenção de outra alta patente, coronel Marcos Roberto Chaves, colocou o dedo na ferida. O cenário nas calçadas da Lapa, Leopoldina, Pompeia, por exemplo, não é um caso de polícia, mas de assistência social, com o poder público sendo chamado a fazer a sua parte.
A clareza das intervenções tanto de Chaves quanto de Savioli reforçam o que este jornal defendeu semanas atrás, no editorial Voltar ao Palácio: é preciso, enquanto comunidade, sentar à mesa do diálogo não só com o governador Alckmin, responsável maior pela questão da segurança pública, mas também com os representantes da Prefeitura em áreas de cunho social. 
Esse nos parece ser o caminho ideal a ser trilhado se quisermos viver em bairros mais seguros e humanos. Infelizmente, representação comunitária sem o necessário grau de legitimidade, credibilidade e confiabilidade, desce a baixíssimos níveis, postando no site da Polícia Militar severas críticas ao comando regional da PM. Mas os aplausos recebidos por Chaves e Savioli no encontro do CPA/M-5 mostram que a comunidade apóia, incondicionalmente, a instituição Polícia Militar, sabendo que problemas na área de segurança devem ser creditados mais à uma política equivocada do Estado e bem menos aos servidores fardados. 

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