Fotógrafo lança movimento contra a verticalização

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Cleber Falcão e o fotógrafo Paulo Preto (C) no encontro

Uma roda de conversa realizada no Centro Cultural Pompéia marcou o início de um movimento de moradores insatisfeitos com a forma e a velocidade que as construtoras estão verticalizando a região da Pompeia. A iniciativa é do fotógrafo, Paulo Preto, que após uma série de discussões pela internet conversou com o coordenador do Centro Cultural Pompéia, Cleber Falcão, que abriu o espaço para o primeiro encontro (dia 14). “A gente quer ser ouvido sobre as mudanças no bairro. Há uma insatisfação geral de como a verticalização vem sendo feita pelas construtoras”, disse o fotógrafo.

Morador do bairro desde 1971, Paulo Preto tem 22 anos de profissão e há dois fotografa as demolições no bairro. “Dos últimos quatro anos pra cá estou vendo que a coisa está pior e por acaso comecei registrar. Você tem que dinamizar o bairro, mas não em todas as quadras (com construção de prédios). É preciso encontrar um meio termo”, reclama ele. “Já tentei uma articulação em 95 e 96 por que vi que na época a região já estava sendo a bola da vez, mas a verticalização não era tão intensa como hoje. Acabou não acontecendo nada. Agora estou tentando de novo por que vejo outros bairros se mobilizando e reclamando dessa verticalização desenfreada”, explica o fotógrafo.

Ano Eleitoral

A intenção de Preto é fazer o movimento ganhar força e chegar ao maior número de moradores. “Como é um ano eleitoral, queremos colocar na pauta dos candidatos que há focos de insatisfação crescente em bairros. Tem gente reclamando na Vila Pompeia, Vila Romana, Lapa, Pinheiros, Butantã, Jabaquara e Barra Funda”, frisa o fotógrafo. “A gente vê que (com a verticalização e a chegada de novos moradores) piora tudo, segurança, energia elétrica (falta com frequência), esgoto, enchentes, trânsito, preço de serviços, tudo encarece. O próprio morador que acaba comprando um apartamento num condomínio novo desses, cedo ou tarde vai perceber que fez um negócio complicado. Ele paga um condomínio caro e vê que tem dificuldade de sair com o carro da garagem e tem medo de chegar em casa. Os arrastões começam acontecer no bairro vizinho da Vila Madalena, logo chega a Pompeia. É preciso ter critérios para essa verticalização, estruturar a segurança e a questão do trânsito de veículos. Você não consegue mais andar”, reclama o fotógrafo.

A data de novos encontros será divulgada pela página do Facebook – Contra a verticalização da Vila Pompéia.

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