Carta ao Ari

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Meu caro Aristóteles. Permito-me chamá-lo de Ari, com estribo no fato do nosso velho relacionamento. Desde os tempos de colégio nós nos conhecemos, ou melhor: eu o conheço. No começo eu o lia com um certo temor ao desconhecido, dada a sua longa e sempre boa fama. Depois, eu fui compreendendo a lógica do que você dizia, dada a simplicidade com que você dizia as coisas. Você foi o primeiro classificador de conhecimentos: foi você que viu que o nosso mundo tem três reinos; o reino mineral, o reino vegetal e o reino animal. Se não me engano, foi você também que, examinando o corpo humano, viu-o em três partes distintas: cabeça, tronco e membros. Sabe-se que você criou as categorias das palavras: substantivo, adjetivo, pronome, verbo, advérbio, conjunção, preposição e interjeição, iniciando a ciência da linguística. E criou a “Lógica”.
Bom, meu caro Ari, você foi tão importante que o mundo todo se tornou aristotélico, até o Cristianismo o adotou para os seus catecismos, por meio da Suma Teológica de Thomás de Aquino.
 Ari, esta carta tem, entretanto, um elogio generoso e sincero pelo método lógico que você ensinou na solução de qualquer problema, o que serve para qualquer ser humano em qualquer profissão ou situação: se você tem uma questão a resolver, faça o seguinte: 1º) reúna todos os fatos; 2º) analise atentamente todos os fatos nos seus relacionamentos; 3º) apure para quando e quais são as soluções para a questão; 4º) escolha a melhor solução e decida-se por ela; 5º) aja, pondo em ação a solução escolhida e, claro, 6º) aguente as consequências.
Esse método ajudou-me durante toda a minha vida.
Obrigado, Ari. Obrigado.
Gostaria de poder abraçá-lo, mesmo que no reino espiritual… que deve ser incluído na sua classificação, não?

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