Uma carta para você

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Nereu Mello

Escrevo-lhe com uma vontade enorme de que você leia esta carta.

Já lhe digo, desde já, que eu lhe escrevo porque as minhas palavras querem ir ao seu coração, ao seu sangue e ao seu cérebro, aos seus nervos…

Primeiro que tudo eu peço que você perceba a maravilha que é o fato de você saber ler e poder ler esta minha carta: veja você que prodígio extraordinário que ocorre quando você vê esses sinaizinhos que são as letras, que você unifica, forma palavras e idéias e consegue estabelecer contato com o meu cérebro que juntou essas letras… ler não é algo admirável? É tão admirável quanto escrever.

Bem, esta carta tem uma finalidade que é a seguinte: eu quero agradecer-lhe pela leitura que você vem fazendo das minhas crônicas.

Eu digo “minhas”, mas na verdade, os pensamentos que elas encerram já foram pensados e provados por milhões de pessoas, desde os tempos mais antigos e o centro de todas as crônicas escritas são o resultado do desejo de servir os meus companheiros e amigos de jornada terrestre, animando-os e despertando-os.

Eu creio no poder da palavra. Só o ser humano fala transmitindo algo de si mesmo. Se ele falou boas palavras, as suas palavras sobreviverão a ele e mesmo que ele não tenha escrito nenhuma palavra, as palavras de sua boca serão guardadas e atravessarão os tempos.

Então, eu lhe escrevo com gratidão e com esperança de que as minhas palavras sejam boas não só nesta carta singela de agradecimento, mas em cada uma das crônicas que eu escrevi especialmente para você.

Peço-lhe que seja otimista, mesmo diante da dor e da perda e com este pedido eu lhe dou o meu abraço fraterno.

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