O “Seminário Reinventando Paulo Freire no século XXI: Desafios para o IPF” reuniu funcionários, dirigente e personalidades da área da educação como o professor José Eustáquio Romão, o filósofo Mario Sergio Cortella e o jornalista da Record News, Heródoto Barbeiro, na comemoração de 20 anos de fundação do Instituto Paulo Freire, terça-feira, 12, no Instituto Salesiano, no Alto da Lapa.
O educador e presidente do IPF, Moacir Gadotti, falou sobre os desafios da instituição. Gadotti conviveu mais de 23 anos com Paulo Freire, em diversas partes do mundo, e foi um dos fundadores da entidade. “Hoje nós comemoramos um dia especial. O dia que Paulo Freire sentou com a gente, depois de uma fala na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, dia 12 de abril de (19)91, e aceitou a ideia de criar o Instituto Paulo Freire. No guardanapo da cafeteria, ele elencou uma série de nomes, no mundo, que a gente entraria em contato para criar o Instituto”.
A sede mundial do IPF é em São Paulo (Avenida Cerro Corá, 550, no Alto da Lapa), mas a insituição está em 28 países. A comemoração teve uma reflexão sobre o que faria Paulo Freire se estivesse vivo. “Ele dizia: para me seguir não pode me seguir, então ele tem que ser reinventado”, explica Gadotti.
Para o presidente o IPF, é sempre um desafio continuar a obra de Paulo Freire. “Para isso é preciso discutir as questões de educação que preocupam nosso tempo, que é a violência nas escolas – tivemos um exemplo recente (no Rio)-, também a questão da baixa qualidade (na educação), do analfabetismo que continua muito alto e falta de atendimento nas creches. Por mais incrível que pareça, quando Paulo (Freire) deixou o país para se exilar em 1964 tínhamos menos analfabeto que hoje. Acho que devimos zerar o analfabetismo, não é possível que um País que quer ser a quinta potência do mundo ainda conviva com 43 milhões de analfabetos funcionais e 15 milhões sem nenhum letramento. Também precisamos colocar a questão ecológica que é outro grande desafio e retomar as teses da educação popular com a cara do nosso tempo”.
Para o filósofo Mario Sérgio Cortella, Paulo Freire é uma figura, uma história, forte no campo da educação. “Ademais ele foi meu orientador no doutorado. Eu não só rendo minha homenagem em relação a ele como também meu débito por tudo que ele me ensinou”, conclui Cortella.