Mães de portadores de necessidades especiais reclamam que as atividades esportivas do Instituto de Medicina Física e Reabilitação Hospital das Clínicas – Faculdade de Medicina da USP da Rede Lucy Montoro da Lapa (antiga Estação Especial da Lapa) foram suspensas na sexta-feira, 18. Elas estão desesperadas sem a vaga. “Nossos filhos foram jogados como lixo”, disse Solange Manzi, mãe de dois pacientes da Unidade.
Vinculado à Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado, o IMREA HC FMUSP – Rede Lucy Montoro tem o objetivo de promover a inclusão social da pessoa com deficiência por meio de um processo integrado de reabilitação, que inclui atendimento clínico e terapêutico, capacitação além de atividades esportivas adaptadas (como condicionamento físico, ritmo e expressão, jogos coletivos, natação e hidroginástica). Segundo dados do site do IMREA, 70% do espaço é destinado às pessoas com deficiência e 30% para a comunidade em geral, também sem deficiência.
Na quarta-feira, 16, após reunião fechada aos pacientes, acompanhantes e profissionais da unidade, foram distribuídas listas com endereços de UBSs, AMAs e Centro de Convivências, para que as pessoas procurassem outro equipamento para a prática esportiva. “Não haverá um encaminhamento para outro local e nem sequer a garantia de uma volta das atividades nesta unidade da Rede Lucy Montoro depois das obras”, lamenta Maria Lúcia Andrade, mãe de um dos jovens. “A unidade é muito procurada por ser a única da Rede Lucy Montoro a atender portadores de deficiência mental”.
Resposta
A Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Governo do Estado justificou a paralisação. “A Unidade Lapa do Instituto de Medicina Física e Reabilitação do Hospital das Clínicas – Rede Lucy Montoro, esclarece que, em razão de obras de manutenção e melhoria das redes hidráulica e elétrica, as atividades de esporte estarão suspensas por cerca de quatro meses. As obras deverão custar R$ 800 mil. A medida visa garantir a segurança dos pacientes, acompanhantes e funcionários durante o período de obras. Pacientes e acompanhantes deverão ser encaminhados para outras instituições públicas onde possam manter suas atividades. Cabe ressaltar que os demais atendimentos da unidade, como oficinas terapêuticas, fisioterapia, terapia ocupacional, entre outros, funcionarão normalmente”.
Na quarta-feira, por telefone, a secretária Linamara Battistella, disse que não é possível garantir a vaga por se tratar de um serviço público. Na sexta-feira, último dia de atividade, muitas mães choraram no portão da unidade, sem saber o que fazer sem a vaga. “Eles não tiveram nenhum encaminhamento”, diziam elas.