O debate sobre a Operação Urbana Água Branca lotou o auditório do Colégio Pré Médico, quarta-feira, 1, na Lapa. A arquiteta, urbanista e diretora do Movimento Defenda São Paulo, Lucila Lacreta, e a geógrafa e conselheira do Cades – Conselho Municipal de Meio Ambiental e Desenvolvimento Sustentável da Macro Região Centro Oeste 1 – Lapa, Butantã e Pinheiros, Ros Mari Zenha, usaram uma linguagem fácil para explicar às mais de 200 pessoas presentes qual a proposta da Prefeitura para a região e a Cidade.
Lucila apresentou o mapa das Operações Urbanas Água Branca e outras como a Leopoldina-Jaguaré e a Lapa-Brás, alertando que todas estão em áreas de várzea. “A Prefeitura quer enterrar 12 quilômetros de trilhos da Lapa de Baixo até o Brás e por cima criar uma avenida com boulevard. Precisamos saber se a obra é adequada para uma área de várzea”, afirma a urbanista. “Não dá para fazer a reunião de revisão da Operação Urbana Água Branca sem definir a Lapa-Brás. Para se fazer um bom projeto são necessárias as quantificações. Sem isso, quem ganhar a licitação (Lapa-Brás) pode fazer qualquer projeto”, alerta a especialista.
Para Lucila, é preciso saber mais da Lapa-Brás, para nortear a O.U. Água Branca que está inserida na mega operação como trecho 2”. Na sua opinião, a Prefeitura acabou gerando preocupação, principalmente, nos moradores da Lapa de Baixo, que estão em pânico, achando que haverá despropriações em casa e comércios.
A conselheira do Cades, Ros Mari Zenha falou sobre os encaminhamentos feitos pelo conselho e sua Câmara Técnica. “Como conselheira encaminhei um documento com as dúvidas da sociedade civil em relação à proposta da Operação Urbana Água Branca, onde analisei o conteúdo do Estudo de Impacto Ambiental e apontei a necessidade de estudos mais detalhados. Até o momento não obtive resposta”, disse ela.
No encontro circulou um abaixo-assinado que será encaminhado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano solicitando a alteração da data da Audiência Pública da O.U. Água Branca, marcada para o dia 20 de dezembro (às18h , no Anfiteatro do prédio C da Uninove da Avenida Francisco Matarazzo, 364). O receio da comunidade é que haja um esvaziamento da reunião por causa das festas de fim de ano.