“A esperança é a mudança de governo (municipal) por pessoas de bom senso que possam ajudar a população e não essa gestão que foi um verdadeiro desastre para nós”. O desabafo é da presidente da Associação Amigos de Vila Pompéia, Maria Antonieta Lima e Silva, depois de receber da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) esclarecimentos sobre um pacote de obras no âmbito da Operação Urbana Água Branca.
O documento em questão chegou às mãos de Antonieta graças à intermediação do vereador José Police Neto, o Netinho, líder do governo Kassab na Câmara Municipal. Netinho, fez a ponte entre comunidade e Emurb, solicitando detalhes a respeito de 13 intervenções no perímetro da Operação Urbana. “A resposta da Emurb é uma balela. Vão fazer uma porção de jardins em volta de escolas, da Uninove. Nenhum apelo da população teve eco. Não existe prazo definido para nenhuma obra elencada no documento. Agem de acordo com interesses políticos e não em favor da população”.
O JG teve acesso ao documento encaminhado pela Emurb, onde a empresa, de fato, dá detalhes a cada um dos questionamentos feitos pela Associação Amigos de Vila Pompéia. No entanto, quando cita obras a serem feitas, a Emurb não fala em prazos de entrega nem em custos. Além disso, a empresa alega que “não há qualquer previsão de participação da sociedade civil organizada na gestão e deliberação quanto à aplicação dos recursos auferidos (na Operação Urbana). Quem decide a aplicação dos recursos é um Conselho gestor nomeado pelo prefeito”. Acontece que, como alerta o Movimento Defenda São Paulo, a lei que criou a Operação Urbana Água Branca desmonta a tese da Emurb, pois logo no artigo 1º está escrito: “fica aprovada a Operação Urbana Água Branca, compreendendo um conjunto integrado de intervenções, coordenadas pelo Executivo através da Empresa Municipal de Urbanização, com a participação dos proprietários, moradores e investidores privados, visando alcançar transformações urbanísticas com reduzida participação dos recursos públicos”.
