Manifesto defende bairros cidadãos

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Duas entidades engajadas na luta por uma cidade que possa contar com bairros mais humanos e que cresçam de maneira sustentável – Movimento Defenda São Paulo e Movimento Contra a Verticalização Desenfreada da Região da Lapa (Mover) – preparam um manifesto a ser entregue aos candidatos a prefeito de São Paulo na eleição de 5 de outubro. “Vamos buscar a adesão de outras entidades, independente do posicio-namento político de cada uma”, afirma a geógrafa do IPT-USP, Ros Mari Zenha, integrante do Mover.
O manifesto “Uma cidade para se viver” argumenta que os espaços vitais – onde se pode simplesmente viver a vida, descansar, cultivar amores, prazeres, filhos e amizades – foram sendo triturados pelo mecanismo febril que faz girar a roda do progresso, do consumo, do desenvolvimento a qualquer custo. “Não há ainda o efetivo compromisso de diversos setores governamentais e econômicos para a reversão do quadro de insustentabilidade, facilmente observado no cotidiano. E isso precisa ser mudado urgentemente”, defende Ros Mari.
De acordo com o documento, é fundamental que seja promovido o mapeamento do solo e – principalmente – subsolo do Município para subsidiar o responsável e seguro adensamento construtivo. Regiões como a Vila Leopoldina, por exemplo, onde existe um lençol freático bastante aflorado, não podem, segundo argumentam o Mover e o Defenda São Paulo, ser alvo de um crescimento vertical sem que sejam levadas em conta as características do terreno onde o bairro está assentado. “É preciso adotar o planejamento por bacias hidrográficas e realizar estudos detalhados das peculiaridades do solo e subsolo, em especial nas áreas de várzeas e solos frágeis e com lençol freático aflorado. Também é necessário que se leve em conta as antigas regiões industriais com suspeita de contaminação por agentes nocivos à saúde da população local e regional. O futuro adensamento construtivo bem como obras viárias dele decorrentes, só poderiam ser levados adiante se tais ações que indicamos no manifestos forem, de fato, cumpridas”, afirma Ros Mari.

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