A abertura da programação do Sesi Leopoldina em homenagem ao Centenário da Imigração Japonesa no Brasil teve a apresentação do grupo Wadai-ko Sho de percussão de tambores japoneses (taiko), na sexta-feira, 11, no Centro Cultural da unidade.
Numa mistura da arte musical com teatro e dança, o show destacou momentos de suavidade da shinobue (flauta) e a força empregada por seus integrantes no toque dos taikos (tambores).
Segundo o líder do grupo, Setsuo Kinoshita, no Brasil, seu trabalho teve início em 1999. “Comecei aos 26 anos, mas foi durante minha ida ao Japão que aprofundei os estudos da arte percussiva”, disse ele.
O taiko abrasileirado foi desenvolvido por Kinoshita com o objetivo de aproximar o público do taiko tradicional. “A intenção é que os brasileiros se familiarizem com o som e desperte a curiosidade pela arte musical”.
História
No Japão, o instrumento faz parte da cultura e é usado em algumas cerimônias religiosas e em festividades como a da colheita do arroz e nos teatros. “O taiko começou a ser ouvido com mais intensidade após o final da Segunda Guerra Mundial em shows do estilo kumidaiko (combinação de grupo polifônico de taiko)”.
O kumidaiko é uma apresentação com tambores e coreografias, assim como o show do grupo.
No Japão feudal, taikos eram usados para motivar as tropas e ajudar a marcar o passo na marcha (usualmente com seis passos por batida do tambor) ao se aproximar ou entrar no campo de batalha.
Nome
Assim como o instrumento, o significado do nome do grupo, formado por quatro integrantes com descendência japonesa e dois brasileiros, remete ao oriente: Wadaiko quer dizer “arte dos tambores japoneses” e sho “viver” que seria o estilo de vida daqueles que amam e vivem da arte dos tambores japoneses. A turnê, criado em 2002, foi batizada de Tokinonagare, que significa “com o passar do tempo”. O nome sintetiza as modificações que a arte do taiko (tambor) passou nas últimas décadas, do Japão das tradições para o da modernidade e mais tarde no Brasil, onde atinge a maior população de descendentes japoneses no mundo.
Durante o show, o grupo resgatou músicas folclóricas japonesas, performances com o taiko moderno do Japão e de influência brasileira, mostrando a modificação que o instrumento sofreu durante os 100 anos da presença japonesa no Brasil. A próxima atração do Sesi será uma Cia de dança japonesa, no dia 13 de maio.