Grandes marcas chegam à Leopoldina atraídas pela migração de uma população de poder aquisitivo médio/alto. Na Gastão Vidigal, por exemplo, houve quem apostasse na abertura de concessionária de carros de luxo. É o caso do grupo Eurobike, que representa as marcas BMW, Land Rover, Porsche e Volvo. Na Leopoldina, a Eurobike mantém, desde o final do ano passado, uma loja BMW, com a qual espera elevar seu faturamento de R$ 170 milhões para R$ 200 milhões por ano. “Representamos, hoje, cerca de 8% das vendas no Estado de São Paulo. Com a nova concessionária na capital, estimamos atingir os 12%”, afirma o presidente da Eurobike, Henry Visconde, lembrando que a empresa está presente em grandes centros urbanos como Porto Alegre, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto.
A oferta de produtos sofisticados acompanha o crescimento vertical e a valorização do estoque mobiliário. Em 1996, o preço do metro quadrado de área construída girava em torno de 1 500 reais. Hoje, numa região ainda degradada como o entorno da Ceagesp, grandes torres residenciais são projetadas com o metro quadrado chegando a 3.300 reais (apartamentos de 150 a 210 metros quadrados). “Viemos para a Leopoldina porque acreditamos que o grande crescimento da cidade se dará a partir dessa região”, afirma a gerente da Eurobike, Mariana. A empresa aposta num público disposto a pagar de R$ 175 mil até R$ 700 mil pela grife BMW, à vista ou em 36 parcelas de, no mínimo, R$ 3.300,00.
Mas será que o boom imobiliário se sustenta do ponto de vista urbano e ambiental? O Projeto de Lei da Operação Urbana Leopoldina-Jaguaré, que em breve deve ser debatido na Câmara Municipal, sinaliza que a população nesse perímetro, hoje estimada em 50 mil habitantes passaria a ser de 180 mil pessoas “Isso equivale a 1,5 vezes a população de Perdizes. Os bairros não estão preparados para uma transformação dessa magnitude. A Prefeitura tem o dever de dizer como é que o poder público garantirá esse crescimento”, afirma a geógrafa lapena Ros Mari Zenha.
