Quem passa pelo clube Pelezão e vê a quadra de tênis (saibro) sendo reformada nem imagina que a obra só foi possível depois que os usuários se reuniram para arrecadar, entre si, R$ 1.200,00, custo da mão-de-obra contratada pela comunidade para tocar a reforma. Foi o que apurou com exclusividade a reportagem do JG em visita ao clube, cuja coordenação se comprometeu, junto aos tenistas, de bancar a compra do saibro utilizado na recomposição da superfície da quadra.
A subprefeita Luiza Eluf confirma essa situação informando que “a administração do Pelezão foi procurada pelo engenheiro José Paulo Viera Salles, usuário da quadra de tênis, que de forma espontânea, se prontificou a assumir juntamente com outros freqüentadores os serviços de mão-de-obra.”
Visão estreita
Mas não é só o tênis que o Pelezão enfrenta problemas. O futebol de várzea é outra área passível de crítica, como aquelas feitas pelo presidente da Associação de Clubes de Futebol de Base da Zona Oeste (Azoeste), Cleto da Silva. “Não existe visão comunitária. Não há o conhecimento da história da Lapa, da tradição do futebol de várzea na região. O campo de areia que montaram é para atender os interesses comerciais de quem pretende usar o Pelezão para a mídia transmitir jogos. Mas e o outro campo como fica? Falam que aqui é Clube Escola. Para mim issso é apenas um nome fantasia”, afirma Cleto.
Verba virtual
Dos R$ 90 milhões reservados pelo prefeito Kassab, em maio de 2007, para reformas nos clubes municipais e nos antigos CDMs, R$ 1,5 milhão foi destinado ao Clube Pelezão. Porém, até agora, esse dinheiro não foi liberado para as obras de recuperação do clube. O que houve foi o emprego de verbas em serviços urgentes, como cerca de R$ 150 mil na reforma de vestiários. Segundo a Secretaria de Esportes, “uma segunda etapa de reformas está em fase de análise. Foram investidos, até o momento, no Pelezão, R$ 300 mil, proveniente do Plano de Reformas da Prefeitura, e utilizado para melhorias nos telhados, piscinas e vestiários do clube”.