Quem é o responsável pelas pilhas e mais pilhas de caixas de madeira que há décadas transformaram e degradaram a região no entorno da Ceagesp (Vila Leopoldina)? Na recente mega blitz na região da caixaria, no entorno da Ceagesp (Vila Leopoldina) – o então subprefeito da Lapa, Paulo Bressan, elegeu um culpado pelas 430 toneladas de madeira apreendidas: a diretoria do entreposto, que é controlado pelo governo Federal. Segundo, o ex-subprefeito, que comandou a força-tarefa de agosto (400 homens entre policiais e fiscais da subprefeitura, Vigilância Sanitária e técnicos da Secretaria Estadual da Fazenda), a Ceagesp não fiscaliza a entrada de caixas de madeira reutilizadas no interior do entreposto. De acordo com a portaria federal e decreto municipal, as caixas de madeiras que entrarem em centros de abastecimento podem ser novas ou reutilizadas, desde que devidamente higienizadas. Bressan dizia que é praticamente impossível submeter as caixas de madeira a um processo racional de higienização e que elas entram e saem do Ceagesp sem nenhum tipo de controle por parte do entreposto.
Para Francisco Cajueiro, diretor da estatal que pertence ao governo federal, quem tem o dever de fiscalizar é prefeitura de São Paulo. “A caixaria é um problema de fiscalização, um problema do governo municipal. A Ceasgep não tem poder de polícia para enfrentar esse problema externo”, sustenta Cajueiro.Ele explica que a substituição de caixas de madeira por outras de plástico ainda é algo incipiente dentro da estrutura do entreposto. “O alto custo desse tipo de caixa ainda é o grande entrave a ser vencido”. A caixa K (madeira) custa R$ 1,50 e a de plástico R$ 10, embora traga benefícios em longo prazo, pois pode ser reutilizada com giros muito maiores.
Substituir custa caro
Quando se fala do uso de embalagem plástica retornável há que se considerar sua durabilidade, o seu tempo de retorno, possíveis perdas, etc. Num cálculo grosseiro, podemos considerar que uma caixa de plástico custa em torno de R$ 10,00, demora 7 dias para voltar e dura 2 anos. No universo de 670.000 embalagens por dia num entreposto, multiplicadas pelo número de dias para retornar (7 dias), teremos 4.690.000 caixas no giro, com um valor total de R$ 46.900.000,00, distribuído em dois anos: um valor diário da ordem de R$ 365.000,00. A caixa retornável tem um alto custo de movimentação, armazenagem e desinfecção, que deverá ser considerado, bem como as eventuais perdas que sempre ocorrem no processo” (Anita de Souza Dias Gutierrez – , coordenadora do Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp).