O que parecia uma promessa simples de ser cumprida por parte da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) acaba se transformar num caso de Justiça.
Em abril, ao anunciar os planos de desocupação da área favelada para a construção de um novo complexo viário ligando a Lapa à rodovia Anhangüera, a Sehab informou claramente que 40, das 312 famílias cadastradas na Ilha Verde, poderiam ser transferidas para um conjunto habitacional no Jaraguá, que seria entregue em junho. Mais de 90 dias da promessa feita , a realidade aponta para outra direção. Quem relata o caso é o Assessor comunitário da Favela Ilha Verde, Nelson Valejo. “Essas 40 famílias são moradoras com mais de 20 anos na comunidade e foram contempladas com os apartamentos no Jaraguá com o devido pagamento de 25 anos. A entrega das unidades foi prometida para junho, mas tal fato não foi concretizado. Os moradores da favela indignados, compareceram no Jaraguá e constaram que os apartamentos estavam prontos para moradia, mas a Sehab, declarou que as unidades não foram entregues por motivos administrativos e burocráticos entre a CDHU e a empreiteira. Entramos em contato com CDHU, que constatou um problema de infra-estrutura e disse que os apartamentos seria entregues no mês de outubro. Mas foi determinado que os moradores desocupassem o local o mais breve possível. Para tanto, a Prefeitura ofereceria, para cada família, uma ajuda de R$ 300 por mês, para que elas pudessem alugar uma casa por um período de 90 dias. Dificilmente eles serão capazes de encontrar residências por esse período de locação. Como já vinham mantendo contato com o Ministério Público , os moradores procuraram a Defensoria Publica, solicitando uma liminar para a não Desocupação Forçada e com livre negociação para entrega do apartamentos .Lamentavelmente até a presente data o Ministério Público, não recebeu parecer a respeito desse pedido de liminar. As famílias, vivem os horrores da desapropriação e a infância vive sem esperanças, Mas para aliviar tal fato a Sehab, ofereceu agora a importância de R$ 8.000,00 oito mil reais para as famílias desocuparem o local mas sem direito aos apartamentos”.