Museu pode ser despejado

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Acervo ficará sem sede

Uma notícia vinda da Secretaria Municipal de Cultura tem ingredientes suficientes para abrir mais uma crise no já conturbado relacionamento da Lapa com o Poder Público Municipal. Desta vez, o centro da tensão transferiu-se da Rua Guaicurus, sede da subprefeitura, e foi parar na Rua Catão, mais especificamente no interior da biblioteca Mário Schemberg, que abriga o acervo do Museu da Lapa. “Só poderão permanecer na biblioteca os arquivos de fotos e jornais. As peças que estão guardadas no saguão terão de ser retiradas”, afirma a coordenadora do Sistema Municipal de Bibliotecas, Maria Zenita Monteiro. O motivo do “despejo”, segundo Zenita é a decisão da Secretaria de Cultura de transferir para a Catão a parte administrativa da gestão das bibliotecas da cidade.
O JG apurou que o processo de transferência dos recursos humanos da Secretaria para o prédio da Rua Catão está em fase adiantada. Os responsáveis pela biblioteca Mário Schemberg avisam: se a comunidade não providenciar um novo local para objetos históricos no contexto da Lapa e região, o acervo será retirado do bairro por um caminhão da Prefeitura. “Não dá para entender essa política cultural da prefeitura”, afirma Eloi Murari, do diretório Zonal do Partido Verde, que desde o ano passado vem costurando, a partir da intervenção do vereador Aurélio Nomura, um acordo entre comunidades da Lapa e Secretaria de Cultura. “Primeiro o secretário Calil acena favoravelmente com apoio ao Museu da Lapa. Agora, ele quer se ver livre do acervo. Depois da crise do “arraiá” no Pelezão, esse caso do despejo cultural vai trazer novo e profundo desgaste político para o prefeito Gilberto Kassab”, acrescentou Murari.

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