Se há uma grande empresa que contesta o modelo de licitação adotado para a contratação de prestadoras dos serviços a serem oferecidos no Poupatempo da Lapa, conforme noticiamos na edição de 13/06, existem também grupos comunitários que continuam se posicionando contra a instalação dessa praça de atendimento no bairro. Um deles é o Movimento em Defesa do Espaço Cultural Tendal da Lapa, que questiona dois aspectos básicos. O primeiro diz respeito ao fato de prédio que hoje abriga a sede da Subprefeitura da Lapa e também serve de local para o desenvolvimento das atividades do Espaço Cultural, ser um bem “em processo de tombamento, segundo um dos ativistas do Tendal, Paulo Cauhy Júnior.
Ele explica que o processo de tombamento do prédio da Guaicurus, 1000 foi iniciado em 11 de agosto de 1993, sob o número 0.007.863-47, com resolução propondo a preservação do imóvel tendo sido aprovada por unanimidade pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico (CONPRESP) em 23 de dezembro de 1993. “Uma consulta feita à Ouvidoria da Prefeitura de São Paulo, recebida em 27 de abril do ano corrente. A assessora técnica, Lucimeire Crema, diz que, segundo o Departamento de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura da Cidade de São Paulo (DPH) torna-se indispensável a anuência prévia do órgão, para qualquer iniciativa de intervenção física naquele edifício”, afirma Cauhy. “Fomos informados, ainda, que até aquele momento não constava qualquer registro solicitando aprovação de intervenção no Tendal da Lapa. Ou seja, o projeto executivo do Poupatempo Lapa sequer foi encaminhado ao DPH” (ver box).
Falta de verbas
O Movimento em Defesa do Espaço Cultural Tendal também cobra um posicionamento oficial por parte do secretário municipal de Cultura, Carlos Calil. “Em entrevista à Rede Globo, Calil comprometeu-se a servir como intermediário para marcar uma audiência do Movimento com o governador Cláudio Lembo, para discutirmos a situação do Tendal. Já se Passaram mais de trinta dias desse compromisso e não tivemos nenhum retorno”, afirma Paulo Cauhy.
Por fim, os defensores da manutenção do Espaço Cultural Tendal questionam o secretário da Cultura num outro aspecto: o da liberação de verbas que viabilizem a abertura do novo espaço cedido pelo município como alternativa à desativação do tendal. “Houve um processo de desapropriação do Galpão na Rua do Curtume, onde funcionária a Casa de Cultura. Mas até agora não temos nenhuma informação além do decreto de dois meses atrás, o que talvez indique que nada mais foi encaminhado”, concluiu Cauhy.
A redação do Jornal da Gente entrou em contato com a Secretaria Municipal de Cultura para ouvir a versão do secretário Carlos Calil. Até o fechamento desta edição, não havíamos recebido nenhum retorno.