Vila Romana em debate

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EDUARDO FIORA

Quando o assunto é um freio na verticalização que toma conta da Lapa, o arquiteto Paulo Bastos, ex-presidente do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico (Condephat), assume uma posição de cautela. Segundo ele, propostas como o enquadramento da Vila Romana na categoria de Zona Especial de Proteção Cultural (ZEPEC) não podem pecar por ser abrangentes demais, como é o caso do esboço do Projeto de Lei elaborado pelo vereador Juscelino Gadelha. “Seriam mais de 30 ruas classificadas como ZEPEC. Dificilmente isso teria êxito na Câmara”, avalia Barros.
O conceito de ZEPEC expresso no Plano Diretor da cidade é bastante claro e objetivo: “são aquelas destinadas à preservação, recuperação e manutenção do patrimônio histórico, artístico e arqueológico, podendo se configurar como sítios, edifícios ou conjuntos urbanos”. A preservação, recuperação e manutenção de elementos urbanísticos de valor histórico e cultural, segundo o disposto em lei, têm como referência a manutenção da morfologia inserida no tecido urbano e da – da identidade do bairro a partir de unidades urbanísticas socialmente apreendidas, “seja pelo seu valor na história do bairro seja pelo seu valor estético formal ou de uso social relacionado com a afetividade por ele criada”.
Ao levar em conta esse contexto, fica mais fácil entender as razões que levam Paulo Bastos a propor um planejamento mais criterioso no tocante ao tombamento da Vila. “Acho que o bairro merece uma análise detalhada, de modo a identificar nichos passíveis de serem protegidos”, defende o arquiteto. Tais nichos, na visão pragmática de Bastos, poderiam ser trechos pontuais da Vila Romana. “É possível preservar, por exemplo, um conjunto de casas ou mesmo uma viela. Tombar o bairro como um todo não faria sentido”, afirma o arquiteto.

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