Verticalização deve ser repensada

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EDUARDO FIORA

Com o olhar voltado para a revisão do Plano Diretor da cidade São Paulo em 2006, várias entidades se mobilizam, de forma a apresentar, nos debates na Câmara Municipal, sugestões que promovam avanços no tocante à urbanização paulistana. Atento a essa dinâmica, o Jornal da Gente, reuniu uma equipe multidisciplinar de especialistas para avaliar um cenário pontual: a acentuada verticalização da Lapa e da Vila Leopoldina. O local do encontro foi a emblemática Rua Carlos Weber, na Leopoldina, onde grandes torres residenciais tomaram conta da paisagem, com imóveis sendo vendidos por mais de R$ 2 mil reais o metro quadrado. “Os antigos moradores, que residem em casas nesses dois bairros, estão preocupados quanto ao crescimento vertical da região”, afirma a geóloga Rosmari Zegna. “E eles têm razão em questionar esse processo de expansão imobiliária, pois se trata de uma questão que envolve qualidade de vida e também segurança”, acrescenta Rosmari, com o peso de uma profissional que trabalha no Instituto de Pesquisa Tecnológicas da Universidade de São Paulo (IPT).
Segundo a geóloga, para se evitar o que aconteceu em Moema, onde o solo ao entorno de um edifício em construção cedeu e afetou diversas moradias vizinhas, é preciso mexer na legislação. “Não se poderia permitir o início de qualquer obra sem antes ter em mãos um estudo do tipo de solo onde ela será implantada. A Lapa e Leopoldina, por exemplo, cresceram onde antes existia uma grande várzea. Se no subsolo existe um extenso lençol freático, o politicamente correto em termos ambientais é que se torne obrigatório o estudo do impacto da construção nessa camada geológica”, explica Rosmari.

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