Insegurança pública

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EDUARDO FIORA

No tocante aos serviços de segurança pública há quem duvide que um sentimento de dúvida e descontentamento se faça presente entre a população de vários bairros por onde circula esse “Jornal da Gente”. Não se trata de algo abstrato, que não se possa medir ou traduzir. Trata-se, isto sim, de fatos concretos. Uma boa prova disso é a rápida enquete que fizemos junto à comunidade leopoldinense. Ouvimos 16 moradores e comerciantes para saber se eles estavam satisfeitos com os serviços públicos que o Estado oferece em termos de segurança. Apenas duas pessoas responderam positivamente. As outras 14 fizeram demonstraram um grande descontentamento e teceram críticas à falta de policiamento na região, sobretudo no período noturno. Os depoimentos foram gravados e encontram-se à disposição das autoridades competentes.
Na Lapa, a voz do medo foi traduzida, por exemplo, no relato dramático de um comerciante, que na reunião do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) contou uma amarga experiência: três assaltos em sua banca de jornal num espaço de 15 dias na movimentada Praça Melvin Jones, no coração comercial do bairro.
De volta à Leopoldina, a comunidade tem outras razões para se sentir insegura. Desde o final de outubro há uma total instabilidade no comando do 91º Distrito Policial, que já recebeu três delegados titulares. Com queda do delegado Morelli, a população foi apresentada ao Dr, Terzini, que ficou pouco mais de 20 dias no cargo. No dia 16 de novembro, apresentou-se à comunidade um novo profissional, vindo diretamente da Seccional Oeste e que permaneceu no cargo por 15 dias. Agora, e esperamos que seja por um período bem mais longo, assume o posto o delegado Sérgio José da Silva, que terá pela frente vários desafios, entre eles construir o indispensável diálogo entre Polícia Civil e PM, de modo a efetivar um planejamento de ações conjuntas, que revertam o clima de insegurança que ronda um bairro em desordenada transformação.
O que as comunidades, sejam elas da Lapa, Leopoldina e Jaguaré, querem é bastante simples: a interação das forças policiais, de modo a traduzir, na prática o cientificismo de um planejamento de gabinete. Muitas vozes, hoje amedrontadas, como a da vem Praça Melvin Jones, ficariam extremamente gratas e aliviadas se isso realmente acontecesse.

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