A Rua Clélia, uma das principais vias de ligação do bairro da Lapa para Centro da cidade, já foi e, continua sendo, um forte ponto comercial e com diversas opções de entretenimento. Esta “veia” comercial da região é algo bastante peculiar. Quem lembra com clareza dessa época é Oswaldo Croaro, de 75 anos, que trabalhou no antigo Mercadinho da Clélia, o atual e tradicional Mercado Municipal da Lapa, com toda a família. O estabelecimento estava localizado na altura do úmero 1.680 da rua, onde hoje funcionam os galpões de madeireira. “Eu me recordo como se fosse hoje. A rua ainda de paralelepípedo, com mão dupla .era maravilhoso trabalhar no mercadinho. Naquela época, de 1947 a 1954, quando o mercado se transferiu para o atual local, tudo era muito bom. E nossa família sempre trabalhou unida, e o negócio foi passando de pai para filho. Como acontece hoje, como o meu filho Flávio”, recorda com saudosismo o comerciante.
Outra lembrança bastante viva nas memórias de seu Croaro, é com relação aos cinemas da região. Para quem não sabe, o bairro da Lapa contava com algumas salas de cinemas imponentes como é o caso do Cine Nacional, onde hoje abriga a casa de espetáculos Olympia. “Fui muito com a minha esposa assistir aos filmes. Era uma boa opção de diversão na região. Hoje por exemplo não existe mais nenhum em atividade, o que é uma grande perda para todos”, lamenta o comerciante.
Sua esposa Elza Bueno Croaro também se lembra com emoção da época em que se conheceram e que até hoje, juntos no trabalho e na vida pessoal, mantém acessa a recordação do saudoso “empório”. “Era divertido trabalhar no Mercadinho da Clélia. Todos pareciam de uma só família. Hoje as coisas mudaram bastante, mas continua com a mesma essência: a família o centro de tudo”, afirma dona Elza.
Mas como um bom lapeano, seu Croaro, que nasceu na Rua Trajano e mora no bairro, se alegra quando fala da Lapa. “Eu sou suspeito para falar, mas eu adoro este lugar. Nasci, cresci, casei, criei meus filhos e moro neste bairro. Preciso falar mais????