No campus da USP, professores, pesquisadores e alunos da Faculdade de Medicina Veterinária se empenham na divulgação de uma campanha de conscientização sobre a posse responsável de cães e gatos. No Parque Villa-Lobos, autoridades municipais e estaduais reafirmam o firme propósito de não permitir a venda desses animais nem nos bolsões de estacionamento nem nas áreas vizinhas. Essas duas ações, uma propositiva e outra fiscalizadora, chamam os moradores da zona Oeste para um importante debate: como comprar um animal de estimação com segurança? Para o subprefeito de Pinheiros, (bairro que abriga o Villa-Lobos ) Antonio Marsiglia Neto, a posse responsável de cães e gatos passa, por um lado, pelo cumprimento da legislação e, por outro, por atitudes responsáveis por parte da população. “O comércio de animais em locais abertos é terminantemente proibido por lei, de modo a proteger os animais e garantir qualidade em higiene e saúde para a população. A feira que se instalou no parque, era, portanto, irregular. Ela não oferecia nenhuma segurança aos animais e aos compradores”, afirma Marsiglia.
Quem freqüentava a feirinha do Villa-Lobos só saía de lá com um cãozinho ou gatinho se estivesse disposto a desembolsar uma boa soma em dinheiro, não raro a partir de R$ 300. A se cumprir a promessa da Subprefeitura de não mais permitir esse tipo de comércio nas cercanias do parque, uma das atitudes responsáveis veiculadas na campanha da USP ganha redobrada importância: a adoção de animais. Na verdade, a proposta de conscientização da população em torno da posse responsável abre um leque de temas a serem abordados, desde o incentivo à vacinação, à castração, além da adoção de animais no lugar da compra e desestimular o abandono e maus tratos contra animais.
As mensagens divulgadas pela Faculdade de Medicina Veterinária da USP mostram que adotar um cão ou um gato é uma bela atitude, mas exige responsabilidade do dono e nem sempre isso acontece. Essa preocupação permeia o trabalho de muitas ONGs que atuam na proteção de animais, como a Estimação, por exemplo. Articulada em torno de uma parceria estabelecida com a Cobasi-Ceasa, a entidade montou o programa “Para ser o melhor amigo”, cujo objetivo é oferecer, para a adoção, bichinhos com comportamento dócil e gozando de perfeita saúde. “Antes de entregá-los a quem nos procura, analisamos o perfil desses ‘pais ou mães adotivos’, que têm de preencher um questionário, pelo qual é possível verificar se a pessoa tem mesmo condições de cuidar do bichinho a ser adotado”, explica a presidente da Estimação, Iara de Azevedo Marão. O posto da entidade, montado na própria Cobasi-Ceasa, recebe animais vindos do Centro de Zoonose ou encontrados em situação de abandono pelas ruas. “Eles passam por cuidados especiais como exames clínicos, vermifugação, castração e vacinação. Só então são liberados para futura adoção”, afirma Iara Marão.
Por meio da parceria Estimação-Cobasi, uma média de 60 cães e gatos são encaminhados, mensalmente, a novos donos, com a promessa de viverem cercados de muito carinho e dos devidos cuidados.
