EDUARDO FIORA
O que um cachorro-quente, aparentemente confiável tem a ver com um filhote de puddle, supostamente saudável ?Se você quiser saber a reposta basta olhar para o portão principal do Parque Villa-Lobos e para o bolsão de estacionamento próximo a esta área. Ao redor do portão não existem mais as sete barracas de alimentação nem as cinco de locação de bicicletas. A área reservada para carros, que havia sido tomada pela feirinha de cães e gatos, foi totalmente desocupada. “Não podíamos permitir que a feirinha continuasse a ocupar irregularmente um espaço destinado a quem vem ao Villa-Lobos de automóvel”, explica o administrador do parque, Flávio Scavasin, que responde à Secretaria Estadual do Meio Ambiente, já que o Villa-Lobos não está sob jurisdição municipal. “Quando, no dia 6 de agosto, uma equipe da prefeitura, acionada por nós, veio providenciar a retirada dos animais, acabou constatando que também havia irregularidades nas tendas de alimentação, sobretudo na questão da higiene, e na locação de bicicletas. Assim, os fiscais removeram, imediatamente, as barracas do local”, acrescenta Scavasin.
Como sempre acontece em situações como essa, o coro dos descontentes é grande. Quem vende não se conforma com a proibição;quem passeia pelo parque, apesar de ganhar conforto na questão das vagas para estacionar, se queixa da ausência de hot-dogs, pastéis e bebidas num ponto estratégico como o portão principal, uma vez que a única lanchonete existente no interior do Villa-Lobos encontra-se do lado oposto. “Já estávamos estudando uma maneira de legalizar o comércio de alimentos ao redor do parque, com o objetivo de dar à população um serviço mais adequado” No local, por exemplo, não existe rede de água e esgoto, sem as quais a venda de certos produtos comestíveis fica completamente comprometida.
Segundo Scavsin, um edital, a ser publicado em breve no Diário Oficial, estabelecerá as normas para uma licitação, proporcionando a volta das barracas de comida e de bicicletas, algo que deve ocorrer até o mês de outubro.
Sobre a questão da proibição da venda de animais, o administrador do Villa-Lobos faz questão de dizer que a maioria das barracas instaladas não pertencia a criadores profissionais. “Em outras ocasiões, quando tentamos livrar a área, a polícia fez um Boletim de Ocorrência. Foram ouvidas 22 pessoas e somente duas é que se apresentaram como criadores efetivos.” Isso, de acordo com Scavisan, explica o fato de, muitas vezes, serem encontrados filhotes mortos, largados nas calçadas, bem como o grande número de reclamações por parte da população, que pensando levar uma cria de determinada raça, na verdade estava comprando um cachorrinho de outra origem, não raramente cheio de doenças.