RENATA DE GRANDE REPÓRTER
A usina de Compostagem da Vila Leopoldina desativada em agosto de 2004, por decreto assinado pela então prefeita Marta Suplicy, pode ser reativada. Esta foi a proposta apresentada numa reunião realizada na última segunda-feira, dia 20 de junho, por técnicos da Secretaria Municipal de Verde e Meio Ambiente.Estavam presentes o chefe de gabinete da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, Hélio Neves, Gilberto Natalini, da Secretaria de Participação e Parcerias, técnicos da Limpurb, da Sabesp, e da Secretaria de Serviços e Obras, o deputado estadual, Rodolfo Costa e Silva, além de uma comissão de representantes da comunidade que lutam pela implantação do Parque Orlando Villas Bôas.
Um laudo técnico, realizado pelo Departamento de Controle da Qualidade Ambiental, da divisão técnica de Projetos Especiais da SMVA, apontou a suspeita de contaminação da área ocupada pela usina, o que inviabilizaria a instalação do parque. Os próprios técnicos técnicos da SMVA propuseram a elaboração de um novo laudo mais detalhado, para se conhecer realmente o nível de contaminação. Esse estudo custa cerca de R$ 50 mil, e deverá ser pago pela Secretaria de Participação e Parcerias, segundo Natalini.
Estudos apresentados propõe como solução alternativa a modernização das instalações, bem como o retorno da operação da usina para processar uma quantidade menor de lixo.
A comissão do projeto do parque, que participou da reunião, formada por José Carlos de Barros Lima, Oswaldo Soares e Roberto Marinho, ficou perplexa com a proposta.
De acordo com Luzia Lima, geóloga da SMVA, para que haja definitivamente a desativação e a remoção dos equipamentos da usina é necessária a elaboração de um Plano de Desativação, previsto pela legislação estadual, sob o Decreto nº 47.400/2002.
Comentou-se também, nesta reunião, a possibilidade de remoção do pessoal da central de triagem de Pinheiros para a área da usina, onde já existe uma central de reciclagem, operada por uma cooperativa.
Comunidade em alerta
Na quinta-feira passada, dia 23 de junho, o ex-secretário da Secretária de Verde e Meio Ambiente, Adriano Diogo, se encontrou com representantes do Movimento Popular de Vila Leopoldina e a comissão do Parque Orlando Villas Bôas. O ex-secretário, que participou do processo de desativação da usina, esclareceu alguns pontos importantes nesse processo, e reafirmou o apoio total à comunidade. Diogo apontou interesses econômicos e políticos nesta possível reativação da usina. “A desativação foi um decreto assinado pela ex-prefeita Marta Suplicy. Só o atual prefeito, José Serra é quem pode derrubar ou manter esse decreto”, afirmou o geólogo e ex-secretário, ressaltando que o nível de contaminação, levantada no relatório dos técnicos da SMVA é branda, muito simples de ser removida. O ex-secretário relembrou, que na ocasião do fechamento da usina em 2004, foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que pretendia transferir o equipamento da Secretaria de Serviços e Obras para a Secretaria do Verde e Meio Ambiente, onde previa a instalação no local de um parque municipal.
Ainda na quinta-feira, o Subprefeito da Lapa, Paulo Magalhães Bressan, participou de uma reunião com representantes de entidades da região e do Movimento Popular de Vila Leopoldina, realizado nas dependências do Colégio Santo Ivo. Na ocaisão afirmou ser favorável a instalação do parque e se comprometeu a ser a o interlocutor do grupo com as outras instâncias do governo municipal, envolvidas na polêmica.
Toda a comunidade está em alerta, e se necessário apelará ao Ministério Público, para o fechamento definitivo da usina, inclusive acabando com as operações de transbordo de entulho autorizadas até outubro deste ano.
O Movimento Popular de Vila Leopoldina, que luta há 12 anos pelo fechamento da usina, está convocando a comunidade para aderir ao movimento. Informações pelo telefone 3834-2232, com Gláucia Mendonça Prata.
Uma nova reunião aberta a todos os interesdsados, foi marcada para o dia 4 de agosto, às 19h30 no auditório da unidade 2 do Colégio Santo Ivo, localizada na Praça Nossa Senhora do Ó, 1.704, Vila Leopoldina. Mais informações pelo telefone 3836-3563.