Linguagem radical

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Como resultado de uma pesquisa teatral sobre a produção contemporânea das imagens, o novo espetáculo da Companhia do Latão mostra o encontro de um filho da burguesia industrial de São Paulo, no começo do século XX, com o submundo da prostituição e suas representações do desejo. O início da hegemonia estética das mercadorias aparece num espetáculo em que a forma narrativa é também uma personagem desconfiável.
Além da radicalização das formas narrativas já utilizadas nos espetáculos anteriores, a encenação incorpora elementos estruturais de outras linguagens, como o cinema e a música. É o primeiro espetáculo da Companhia do Latão com um piano em cena. O espaço teatral é utilizado de modo não convencional, como elemento organizador da escrita cênica. A encenação acontece no interior da caixa do palco e nos jardins do teatro. Por ser a construção do espaço imaginário o assunto que predomina na peça, o espaço cênico assume caráter metafórico, e o teatro é utilizado em sua realidade arquitetônica.
O novo espetáculo da Companhia do Latão é parte de um projeto teatral contemplado com a Lei de Fomento ao Teatro da cidade de São Paulo, que teve início em novembro de 2002 com uma série de atividades no Teatro Cacilda Becker. Para a montagem, foram organizados seminários públicos sobre Mídia e Poder, com a presença de personalidades como Eugênio Bucci, Mino Carta, Raimundo Pereira, Nélson de Sá, Marcelo Coelho, Fernando Haddad. E também foram realizados encontros de trabalho fechados com intelectuais como Maria Rita Kehl, Margareth Rago, Roberto Schwarz.

Mercado do Gozo
Estréia dia 15 de agosto. De quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 19h, no Teatro Cacilda Becker. Ingressos a R$ 10,00. Rua Tito, 295, Lapa. Telefone 3864-4513

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