Programa atende idosos

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O doutor Ciro Orlando Pedroso é o típico médico voluntário. Durante dois dias por semana, o clínico-geral e especialista em cardiologista visita regularmente a casa de sete idosos na Vila Romana e na Lapa. Ele faz parte do Programa Voluntário de Atendimento ao Idoso Acamado (Pró-Vô), iniciativa do Movimento de Defesa da Lapa e de moradores do bairro. Pedroso auxilia os cuidadores no trabalho de orientação e receita de medicamentos. Na maioria das vezes, o médico atende pessoas que começam a ter sintomas de alternância degenerativa da idade, como problemas cardiovasculares, piora na audição, visão comprometida, enfraquecimento do sistema nervoso, dificuldade em andar e dores musculares.
Com a experiência de dois anos no atendimento de idosos no posto de saúde de Vila Ipojuca, Pedroso chegou a auxiliar 130 idosos, visitando os pacientes a cada 60 dias. O programa, no entanto, terminou com sua saída para o Programa de Saúde da Família, na Vila Piauí, onde trabalha até hoje. “O que é preciso destacar é que o idoso é carente e precisa de atenção. Também não tem condições de sair de casa. Por isso, o nosso trabalho voluntário serve como alternativa para a melhoria da qualidade de vida dos acamados”, afirma o cardiologista, que pretende aumentar o número de atendidos pelo programa.
Ele receita remédios para evitar pressão alta e acidente vascular cerebral (AVC), entre outras doenças típicas da idade. “A simples presença do médico causa euforia e esperança. O paciente fica ansioso para a próxima visita”, completa.
Um dos sete idosos que o médico voluntário visita periodicamente é a lapeana Júlia Tereza Maso Ravazzoli, que em setembro completará 97 anos. Nascida na Rua Clélia, quando a Lapa era um conjunto de chácaras, Júlia fala sobre os bondes 35 que levavam os trabalhadores do antigo frigorífico Armour, localizado na Vila Anastácio. Um dos vendedores da empresa era seu marido, Florindo Ravazzoli.
Embora Júlia esteja lúcida, sua saúde inspira cuidados, já que não consegue mais andar. O acompanhamento clínico é fundamental para que ela mantenha o seu quadro estável. Quem quiser conhecer o trabalho do Pro-Vô, pode entrar em contato com o presidente do Movimento de Defesa da Lapa, Francisco de Oliveira Neto, pelo telefone 3675-3849.

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