Perto de 120 pessoas compareceram ao encontro de definição do Plano Diretor Regional, ocorrido no dia 23 de fevereiro na Subprefeitura da Lapa. Segundo o subprefeito Adaucto José Durigan, o bairro foi referência na discussão do projeto em toda a cidade por causa da quantidade de reuniões e do conteúdo de alto nível debatido pelos participantes.
Durigan também disse que o debate sobre os corredores comerciais será concluído pela própria Secretaria Municipal de Planejamento (Sempla). Isso porque houve polêmica na região do Pacaembu e ainda existe muita indefinição sobre o destino dos corredores em áreas residenciais em diversas localidades de São Paulo.
Para o arquiteto Lúcio Gomes Machado que auxilia os trabalhos da Sempla, a Lapa sofrerá várias intervenções urbanas. Por isso, a questão do Plano Diretor Regional no bairro não pode se limitar ao zoneamento, ao gabarito ou ao tombamento. Sobretudo a Vila Leopoldina necessita de uma revigoração no espaço por ser considerada uma Zona Industrial de Reestruturação (ZIR).
“É preciso pensar a Lapa como um local de mudanças, na gestão do transporte público, no comércio e provedor de serviços importantes para toda a cidade”, explica o especialista. Na Vila Leopoldina, será criada uma Zona Mista para abrigar novos empreendimentos nos galpões das antigas fábricas. Haverá, no entanto, uma proteção no entorno onde ficam as residências. O sistema viário também terá de ser melhorado para atender as novas demandas.
Ele propõe um projeto de intervenção no Centro da Lapa, abrangendo Lapa de Baixo, Ruas Doze de Outubro, Barão de Jundiaí, Brigadeiro Gavião Peixoto e imediações. Atualmente, diz, esta área está “desajustada” em relação à sua potencialidade, principalmente na vocação econômica nos setores de serviços e comércio para São Paulo.
O arquiteto disse que a presença das marginais, das ferrovias e de duas estações de metrô próximas (Barra Funda e Vila Madalena) mostra que a Lapa é uma zona de passagem significativa. “Existe a intenção de prolongar o metrô Vila Madalena até Vila Leopoldina, Osasco e Alphaville no Plano Integrado de Transportes Urbanos (Pitu), até 2020. O cruzamento de linhas seria na Ceagesp e também atenderia os bairros de Rio Pequeno, Jaguaré e Vila Brasilândia, passando pela Lapa”, acredita Machado.
Por causa das intensas discussões no domingo, a Subprefeitura da Lapa achou melhor realizar uma nova reunião no dia 16 de março, às 9h30, na Associação Paulista de Supermercados (APAS), na Rua Pio XI, 1200, Alto da Lapa. Logo em seguida, o documento, com todas as propostas, será enviado à Sempla. Depois de analisado, o projeto em forma de lei será apreciado pela prefeita Marta Suplicy, que terá até o dia 30 de abril para encaminhar à Câmara Municipal. O Plano Diretor entrará em vigor em 2004 e será revisto em 2006.