Ministrando o abastecimento

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Foto: Arquivo JG

Arquivo JG
Maria Isabel Coelho

Está semana a ministra da Agricultura Kátia Abreu deixou claro que a mudança da Ceagesp (Companhia de Abastecimento e Entrepostos de São Paulo) não será feita aos solavancos. Terá que esperar algum tempo até a execução de um estudo de viabilidade, mas também ela constatou a necessidade de melhoria e modernização na estrutura da maior central de abastecimento da América Latina. Ela destacou a necessidade de se aperfeiçoar a operação de comercialização. “Não temos nada automatizado no que se refere à atividade de compra e venda dos produtos. Isso é algo a ser visto com atenção e que, certamente, vai diminuir os custos dos permissionários, gerando dinheiro para o bolso deles. É muito claro que temos um longo caminho pela frente para melhorar o abastecimento, especialmente no que se refere à produção agrícola familiar, que é um dos focos da Ceagesp”, disse a ministra.
Kátia Abreu lembrou a recente assinatura do termo de cooperação entre os ministérios da Agricultura e de Planejamento e a Prefeitura de São Paulo. “Pelo que se percebe, o local é de difícil movimentação, não se conseguindo andar de modo tranquilo pelo mercado. Está claro que não é mais possível fazer reforma estrutural nesse espaço”, afirmou Kátia Abreu em sua caminhada pelo entreposto.
Sua declaração aponta uma tendência pela mudança do entreposto da Leopoldina como deseja o prefeito Haddad (PT), que tem planos de transformar a área de 700 m² em um novo bairro com habitações de interesse social. Já os permissionários – que formam o mercado – defendem melhorias e uma melhor gestão das taxas pagas. Eles reclamam que, como parte importante no processo, não foram convidados a participar da discussão da possível transferência do entreposto do local.

Kátia Abreu verificou as condições de trabalho e de movimentação dos produtos na empresa que representa um importante elo na cadeia de abastecimento de produtos hortícolas do país. A Companhia é a maior central pública de armazéns, silos (grandes depósitos para guardar produtos agrícolas) e graneleiros (para mercadorias a granel) do Estado de São Paulo. Conta também com a maior central de abastecimento de frutas, legumes, verduras, flores, pescados e diversos (alho, batata, cebola, coco seco e ovos) da América Latina. Pelo local circulam diariamente cerca de 50 mil pessoas e 12 mil veículos. Os números revelam a necessidade de planejamento e estudos antes de qualquer transferência ou reforma da estrutura. Kátia sabe que qualquer mudança, seja de local ou de remanejamento dos permissionários para modernização da atual estrutura, exige um projeto bem estruturado com o envolvimento do ministério, da direção da Ceagesp e principalmente produtores e permissionários (comerciantes) que abastecem a mesa do consumidor da região, da Cidade e de outros estados do país. Seja como for, a ministra sabe que o sistema de abastecimento está degradado e precisa ser modernizado e melhor ministrado para garantir o alimento a um preço justo na mesa do consumidor.

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