Memorial da América Latina recebe mostra internacional de bordados

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A partir deste fim de semana, o Salão de Atos Tiradentes do Memorial da América Latina apresenta a exposição “Arpilleras: bordando a resistência”, com 37 peças internacionais de bordado criadas a partir de técnica originada na resistência à ditadura chilena. A exposição trará as “arpilleras” produzidas pelas mulheres atingidas por barragens organizadas no MAB. Até 25 de outubro, o Salão abrigará a exposição internacional com peças de bordado construídas por mulheres de seis países da América Latina e Europa, com o objetivo de problematizar e transgredir o papel feminino na sociedade.

As obras foram elaboradas por meio de uma técnica de bordado, conhecida como “arpillera”, popularizada mundialmente a partir da oposição realizada ao regime militar chileno (1973 – 1990). Na ocasião, mulheres das periferias de Santiago se utilizavam das roupas de parentes desaparecidos para denunciar as violações de direitos humanos cometidas pelo governo do general Augusto Pinochet. No Brasil, a técnica foi resgatada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em oficinas realizadas com mais de 900 mulheres atingidas por projetos hidrelétricos nas cinco regiões do Brasil desde 2013. O resultado poderá ser visto nas linhas de 25 bordados da exposição.

A exposição é dividida em duas mostras: “Arpilleras Dialogantes” traz 12 peças da coleção internacional Conflict Textiles, que reúne histórias de pobreza, repressão policial, desaparecimentos políticos, encarceramento, imigração, minas terrestres ou lutas indígenas. “Atingidas por Barragens: Costurando os Direitos Humanos” reúne 25 bordados sobre violações de direitos humanos confeccionados por atingidas por barragens das cinco regiões do Brasil, por meio de oficinas realizadas pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

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