Infância e futuro

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Todas as crianças deveriam ter uma infância despreocupada e inocente, mas nem sempre é assim. Muitas são vítimas da escravidão ou de maus-tratos daqueles que, muitas vezes, deveriam protegê-las. Quem teve uma infância saudável e cercada de carinho não imaginam a vida de uma criança obrigada a viver nas ruas porque ali se sente mais segura do que em casa. Num rápido passeio pela região, principalmente em áreas de grande concentração de pessoas e fartura de alimentos como a Ceagesp (na Vila Leopoldina), ruas, calçadas, becos ou barracos, é fácil encontrar infâncias perdidas e outras que teimam sobreviver a turbulências da Cidade.

Aliás, a infância é com frequência uma das vítimas de nossos tempos com corre-corre, agenda atribulada, internet, facebook, whatapp. Quando nos damos conta, o dia acabou e as crianças continuam nas calçadas, barracos ou becos expostas a cenas de todo tipo de uso de drogas, numa triste infância.

Defensor dos direitos das crianças e adolescentes, o desembargador de Justiça, Antonio Carlos Malheiros fez palestra para candidatos ao Conselho Tutelar e falou da importância da atuação dos conselheiros na salvação do futuro das nossas crianças. O desembargador e coordenador da infância e adolescência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo também é voluntário da Associação Viva e Deixe Viver. Entre um julgamento e outro, Malheiros alegra crianças hospitalizadas como contador de história voluntário da Associação a Viva e Deixe Viver. “Se a alegria não cura, melhora sensivelmente”, diz Malheiros. Ele tem razão. O desembargador sabe contar histórias, principalmente àquelas das quais testemunhou em sua peregrinação pelas ruas de São Paulo. Do jovem que conseguiu tirar das ruas e adotou como filho e da troca da prova de Geografia por um trabalho proposto por seu professor, quando tinha 13 anos: uma visita a uma favela do Vergueiro, que nem existe mais. A experiência com aquela realidade mudou sua vida e até hoje Malheiros desenvolve trabalho em defesa das crianças e adolescentes.

Sobre questões complexas como a de crianças convivendo com situações da minicracolândia da Vila Leopoldina, ele deu conselho aos candidatos. “As saídas são difíceis, mas precisamos de políticas públicas adequadas. E o conselheiro tutelar é um daqueles que tem muita força para exigir que essas políticas públicas venham como creche, escolas públicas mais adequadas, entre outras coisas, como escola de pais – porque não adianta socorrer as crianças e elas continuarem em famílias desagregadas”, disse. “O trabalho do conselheiro tutelar é fundamental no socorro e na proteção dos direitos da criança e do adolescente”, destacou. Por isso, o eleitor da região da Subprefeitura Lapa terá a responsabilidade (na eleição do dia 15) de escolher os conselheiros tutelares que vão transformar a infância e o futuro das nossas crianças. Pense nisso!

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