A moradora da Vila Leopoldina Nilza Miranda Bonicci reclama do depósito de carcaças de veículos no terreno da antiga garagem de ônibus da CMTC (Avenida Imperatriz Leopoldina, 928, da SPTrans), usado pela CET. O medo da moradora é que o local vire um criadouro do mosquito Aedes aegypti que transmite a dengue, chikungunya e o zika vírus causador de microcefalia de bebes de mães contaminadas pela doença. Ela teme pela saúde da família e vizinhança, principalmente de sua nora que está grávida. As janelas de seu apartamento ganharam telas para evitar a entrada dos insetos. “São muitos, ninguém aguenta no final da tarde”, diz Nilza.
Outros moradores da região também apontam o terreno como um local propício para proliferação do mosquito devido as constantes chuvas e dias quentes do verão. Os síndicos dos condomínios Vila Nova Leopoldina I e II – próximos ao terreno – contrataram até serviço de nebulização por causa dos insetos. “O terreno (da antiga garagem) tem causado muita preocupação porque a quantidade de mosquito aumentou, é muito grande mesmo. Tanto que investimos em nebulização do condomínio. Estamos fazendo tudo, mas é preciso que a Prefeitura também faça”, conclui Calos Alexandre de Oliveira do Vila Nova Leopoldina I.
O síndico do Vila Nova Leopoldina II, José Fernando Blota, faz coro com o vizinho Carlos Alexandre e também investiu na dedetização do condomínio. “Agora é preciso que o órgão público também cumpra sua parte”, afirma Blota. A Cidade encerrou 2015 com mais de 100 mil casos de dengue.
A Coordenaria Regional de Saúde Oeste informa que na área da Subprefeitura Lapa foram 2001 registros. O distrito da Lapa teve maior número de casos na região: 556, seguido do Jaguaré com 456, Perdizes/Pompeia com 399, Leopoldina 236 e Barra Funda com 105. Foram registrados 47 casos de Chikungunya em 2015, todos importados, assim como os três casos do Zika vírus.
A Coordenadoria informa que a área da Avenida Imperatriz Leopoldina, 928, faz parte da relação de Pontos Estratégicos para ações contra a dengue e recebe visitas periódicas das equipes de controle de endemias para avaliação de presença do mosquito Aedes aegypti.
O coordenador de Saúde da Região Oeste, Alexandre Nemes Filho, lembra que eliminar qualquer recipiente com água parada significa também eliminar um possível criadouro do mosquito que também transmite as outras chikungunya e zika.
Nemes informa que 15 soldados do Exército vão acompanhar os agentes zoonoses para orientar os moradores na região nos próximos dias.