A água e o avanço do mosquito

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Todo mundo rezou para que a chuva caísse. Ela chegou com força neste verão. Mas a mesma água que tirou o Sistema Cantareira (que abastece a maior parte da região Metropolitana) do volume morto trouxe outras preocupações como o acúmulo do líquido em recipientes deixados pelas ruas, calçadas e jardins. Ambiente propício para a reprodução do mosquito Aedes aegypti transmissor da dengue e também da chikungunya e zika vírus (causador da microcefalia).
O secretário Municipal de Saúde Alexandre Padilha falou da preocupação com o avanço da dengue no Município. “Estou muito preocupado. Em 2015 tivemos 700 mil casos no Estado de São Paulo, 100 mil casos aqui na Cidade”, disse Padilha. Ele lamentou o descuido de muitos que já tiveram a doença. “Visitamos a casa de todo mundo que teve dengue em 2015 para saber se as pessoas mudaram seus hábitos, mas infelizmente muita gente ainda tem latinha, recipiente, vasilha de água do cachorro. Achamos larvas do mosquito em casa de gente que já teve a doença”, declarou.
Todos devem eliminar qualquer quantidade de água parada. Nesses dias mais quentes, as larvas colocadas pelas fêmeas do Aedes aegypti se desenvolvem rapidamente nesses ambientes.
Vizinhos da antiga garagem de ônibus da CMTC, na Vila Leopoldina, estão preocupados com as carcaças de veículos depositadas pela CET no terreno usado como pátio pela companhia. Síndicos dos condomínios próximos investiram em nebulização e a moradora de outro prédio colocou até tela nas janelas para impedir a invasão das nuvens de insetos. A secretaria de Saúde informa que o local está entre os pontos estratégicos de monitoramento pelos agentes.

Assim como o secretário, a comunidade está preocupada e cobra cada vez mais ação do poder público na prevenção da dengue. Muitas grávidas estão com medo do zika vírus também transmitido pelo mesmo Ades aegypti, mas, segundo a secretaria, todos os casos registrados na Cidade foram importados de outros locais. O mesmo acontece com os registros da febre chikungunya.

Mas, como disse Padilha na sexta-feira durante a visita a região, todo mundo precisa ficar atento porque mais de 80% dos focos do Aedes aegypti (transmissor da diença) estão dentro das casas. “As pessoas falam: olha o foco do mosquito dentro do parque, do córrego, mas não é lá que está o Aedes. O Aedes gosta de conviver com o ser humano. Ele está onde tem gente durante o dia, por isso precisamos cuidar da nossa casa, do nosso quintal, do ralo do banheiro, da bandeja da geladeira, dos pratinhos de flor. É ali que está o foco do mosquito”, alerta o secretário.

No mapa da dengue divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, a area da Subprefeitura Lapa está em 16º lugar, isso significa que a região não é a pior em casos de dengue (2001 casos), mas é preciso redobrar a atenção para que um mosquito tão pequeno não derrube toda a comunidade. Dengue mata. Eliminar qualquer recipiente com água parada é uma maneira de impedir o avanço do mosquito e da doença

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