Resultado da parceria entre Thereza Rocha e Maria Alice Poppe,o espetáculo “Máquina de Dançar” une no mesmo espaço um espetáculo de dança, performado por Maria Alice Poppe, com estreia neste fim de semana e sessões de sexta a domingo, e uma quase-instalação (conceito proposto pela dupla), que estará aberta para visitação de 20 de fevereiro a 6 de março, de terça a domingo, no Sesc Pompeia (Rua Clélia, 93).
O trabalho das artistas coloca o espectador como peça-chave do funcionamento desta proposta, uma vez que a máquina torna-se viva quando ele percorre os espaços-objeto que compõem entre si o todo da instalação, mesclando dança, artes visuais e literatura.
O “Máquina de Dançar” resulta de questionamentos comuns às duas. O trabalho no palco é gratificante, e elas sabem disso, mas essa relação do espectador com o que é visto começou a intrigá-las. “Isso de o corpo de quem dança ser contemplado em uma dramaturgia cênica contínua, como um todo, tem seus méritos, mas por que não compor apenas com partes desse todo, numa visão que é oferecida e também desoferecida?”, questiona Thereza. Em comum, a pergunta: o que acontece com a dança quando ela se dá sob outros modos de composição e de fruição?
Tais questionamentos levaram-nas a caminhos acadêmicos complementares. O vídeo “Dança dos ossos”, exibido em um dos espaços de “Máquina de Dançar”, é fruto, por exemplo, do mestrado de Poppe em Artes Visuais. E a instalação-espetáculo tem seus pilares no estudo de diferentes pensadores. “Parafraseando Marcel Duchamp, a questão era como dançar e ao mesmo tempo evitar a velha forma de dançar”, explica Poppe, garantindo em seguida: “Nossa ideia foi indagar a coreografia, sem abrir mão da composição”.
O espetáculo fica até 6 de março, com sessões sextas e sábados, às 19h e às 20h30, e domingos, às 17h e 18h30 no Galpão. Os ingressos custam de R$ 6 a R$20.