Cidadania e transparência

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No momento em que se discute o impedimento da Presidente da República no Senado Federal e a Operação Lava Jato que envolve políticos e grandes construtoras em corrupção na Petrobras e outros órgãos do governo, o coletivo Ocupe e Abrace dá um exemplo de cidadania e pede transparência à Prefeitura (por meio da Subprefeitura Lapa e Secretaria de Infraestrutura Urbana) com relação à aplicação dos recursos públicos de quase R$ 1 milhão destinado a reforma e manutenção da Praça Homero Silva, conhecida como Praça da Nascente por ter nascentes do córrego Água Preta na área verde.

O envolvimento do coletivo com o espaço é grande. O Ocupe e Abrace trabalha na revitalização da área verde da Pompeia desde 2013, incentivando a ocupação com atividades artísticas, de saúde e oficinas de conscientização ambiental (como o de uso racional da água e construção de mini cisternas entre outras). Até um mini cerrado a praça ganhou no ano passado. O artista plástico Daniel Caballero foi o autor da façanha com apoio do coletivo. Caballero plantou espécies de cerrado resgatadas pela cidade e batizou a obra de Cerrado Infinito da Praça da Nascente.

Depois que o grupo iniciou a ocupação, a praça ganhou novo visual com intervenções como a construção da cacimba de proteção, caminho e canalização da água da nascente até um lago construído na parte baixa do terreno. A luta do Ocupe e Abrace é pela sustentabilidade tanto nas atividades de ocupação quanto nas melhorias da praça.

A prestação de contas detalhadas já tinha sido feita pelo coletivo em setembro do ano passado à Prefeitura (Subprefeitura Lapa/Secretaria de Infraestrutura Urbana), mas sem resposta, segundo integrantes do grupo.

Uma nova tentativa foi feita pela rede social, no último dia 13, com a publicação de uma carta aberta endereçada à Construtora Massafera – detentora do contrato com a Subprefeitura para execução do projeto,citando o descontentamento e cobrando transparência quanto aos gastos com o dinheiro público em cada intervenção.

A carta lembra que há pelo menos três anos o coletivo vem conversando com a Subprefeitura da Lapa sobre a obra que inclui reforma do muro de arrimo, calçamento e instalação de brinquedos. Desde que a construtora Massafera (contratada pela Prefeitura, com sede em Araraquara) foi escolhida para conduzir a obra na praça, o coletivo lembra que diversas reuniões foram realizadas para sugestões e acompanhamento da reforma. “Apesar de inúmeros pedidos, não recebemos ainda o detalhamento do orçamento dessa obra, que soma quase R$ 1 milhão de reais. É nosso direito saber. É dever de quem faz a obra com dinheiro público informar como está aplicando a verba”, revela a carta do coletivo. A Subprefeitura, responsável pela contratação da empresa Massafera (por Ata de Preço) ressalta a colaboração do Ocupe e Abrace no projeto, e justifica o atraso na conclusão dos serviços com o tempo despendido na discussão de materiais para execução de equipamento da terceira idade. O órgão avisa que a empresa está na fase final da reforma, mas sem detalhar a aplicação do dinheiro público em cada intervenção.

O coletivo pede o que todos os brasileiros desejam dos políticos e órgãos governamentais, transparência com aplicação de recursos públicos em um espaço que é de todos nós.

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