O temporal do último dia 20 fez desabar sobre a Lapa 64,6 mm de chuva (a pluviosidade esperada para outubro em SP era de 110 mm). Infelizmente assistimos a trágica perda de uma pessoa e prejuízos materiais diversos.
Tivemos recordes de quedas de árvores em verões recentes. Foram 2253 em 2014. Os semáforos apagam, redes elétricas se interrompem, ocorrem acidentes e o tráfego para. Mas não precisa ser assim todo ano. Cabe cuidar melhor das 650 mil árvores nas ruas. Isso passa por censo que levante localização, características e estado fitossanitário. É essencial também escolher bem as espécies e as mudas, realizar podas bem feitas, que não fragilizem as árvores no seu equilíbrio e não as exponham a doenças. Fundamental executar o despraguejamento para que não se fragilizem mais, quando já enfrentam vandalismo, poluição e pouca água, pela crescente impermeabilização do território.
Infelizmente assiste-se a solução cômoda de corte sistemático da atual gestão da Prefeitura. Foram 18005 supressões em apenas 7 meses de 2015 contra apenas 10693 em 2010. O Instituto Biológico da USP desenvolveu novas técnicas de diagnóstico: furação do tronco, boroscópio para ver o cerne e agentes pouco tóxicos.
As árvores prestam serviços ambientais essenciais reduzindo as “ilhas de calor”, que potencializam precipitações extremas, como também atenuando a intensa impermeabilização do solo que faz com que toda chuva siga para as galerias ao invés de se infiltrar no solo.