O desafio do prefeito regional

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Foram muitas as especulações sobre quem seria o titular do cargo de Prefeito Regional da Lapa a partir de janeiro, na gestão João Doria. Apesar dos problemas apresentados na área da Subprefeitura de mais de 40 quilômetros quadrados e uma população que ultrapassa 300 mil habitantes, o cargo foi muito cobiçado desde que Doria declarou antes mesmo da eleição, seu projeto de transformar as subprefeituras em prefeituras regionais com mais poder de decisão.

Nomes como o do ex-subprefeito da Lapa Carlos Fernandes, do ex-chefe de gabinete da Subprefeitura Marcelo Frisoni, do conselheiro participativo Paulo Cesar Maluf e do morador da região da Vila Ipojuca e sociólogo tucano, Flávio Campos estavam entre as possibilidades. Num fato inédito, antes de qualquer definição, uma reunião foi realizada na segunda quinzena de novembro com apoio dos presidentes dos Conselhos Comunitários de Segurança de Perdizes e da Leopoldina, além de alguns profissionais ligados à entidades tradicionais da região para apresentar o sociólogo, que era dado como o titular do cargo pelo grupo. Na ocasião, Flávio Campos prometeu combater a corrupção dentro da Subprefeita Lapa e fazer uma administração com transparência e colaboração das entidades.

Na manhã de quinta-feira acabou o mistério. O vice-prefeito eleito e futuro secretário de Prefeituras Regionais, Bruno Covas anunciou Carlos Fernandes como o prefeito regional da Lapa. Fernandes mora e conhece a região. Ele foi subprefeito da Lapa de abril a dezembro de 2010, mas seu trabalho na Subprefeitura começou antes, em Janeiro de 2009, durante a gestão da subprefeita Soninha (hoje vereadora eleita e futura secretária de Desenvolvimento Social de Doria) quando assumiu a Coordenadoria de Administração e Finanças do gabinete da Rua Guaicurus, 1000. Pelo trabalho desenvolvido acabou assumindo o cargo de subprefeito com a saída de Soninha. Em abril de 2012, ele assumiu o cargo de Secretário Adjunto de Gestão Pública no Governo do Estado de São Paulo. Coordenou a criação de 35 unidades do Poupatempo e é atual coordenador de Tecnologia da Informação na Secretaria da Agricultura. Fernandes também é presidente municipal do PPS. Mas, segundo Covas, a escolha de Carlos Fernandes e dos demais prefeitos regionais anunciados (20 no total) na quinta-feira seguiu critérios, como não ter problemas com ficha limpa, conhecer a região que vai administrar e um bom relacionamento com a comunidade, e não indicação política.

Covas afirmou que Doria deu liberdade para que escolhesse os nomes dentro dos critérios pré-estabelecidos. Muita coisa mudou desde que Carlos Fernandes deixou o cargo: a obra de drenagem dos córregos Água Preta e Sumaré que ainda não tinha começado, hoje está em conclusão com a Praça Raízes da Pompeia (que foi canteiro de obra) sendo refeita e o projeto de prolongamento da Avenida Auro de Moura Andrade (atrás da Casa das Caleiras até a Avenida Santa Marina) em discussão. O crescimento da ocupação de calçadas pela população de rua, falta de habitação social, além de demandas de outros distritos como Barra Funda, Jaguara e Jaguaré estão entre os desafios de Fernandes.

O Programa de Intervenção Urbana na área da Votorantim, a possível saída da Ceagesp, a obra de construção da ponte que vai ligar Pirituba à Lapa e as reclamações dos impactos de shows e jogos na arena Allianz Parque do Palmeiras estão entre os debates que vai enfrentar. No quadro da política atual, Carlos Fernandes terá que ser inovador para melhorar a qualidade de vida da região e lidar com as vaidades dentro dos conselhos criados por Haddad.

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