Discernimento

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Viemos de um período bastante conturbado na política e, com as eleições já próximas, é compreensível o desânimo e descrença generalizados da população. Desde 1994 somos contemplados com o pacote de emoções composto pela comoção e histeria da Copa do Mundo, seguidas pelo terrorismo psicológico das eleições presidenciais. Para quem acompanha as questões da região, são muito claros os sinais que a corrida eleitoral começou, com políticos que andavam sumidos dando as caras por aqui.

As mídias sociais têm ganhado um grande papel neste contexto político, onde todos publicam e divulgam aquilo que é do seu interesse. Parece que todos, em especial os políticos, querem ser apenas emissores do conteúdo que consideram interessante, sem espaço para respostas contrárias ou negativas. Cabe ao cidadão não cair nas armadilhas dessa nova comunicação politizada. Inúmeras mensagens infundadas, manipuladoras e sem relação nenhuma com a realidade circulam em uma velocidade assustadora nas mídias sociais e celulares. Mais do que defender o candidato que nos identificamos ou criticar aqueles que não queremos, é fundamental checar se os fatos que pretendemos compartilhar são reais. Tirar uma frase do contexto em que ela foi dita ou simplesmente acreditar no que estão falando sem questionar e, pior ainda, compartilhar com os outros, pode ser extremamente nocivo. Na imprensa é muito clara a responsabilidade sobre aquilo que é veiculado, mas o cidadão também deve saber que tem responsabilidade em relação ao conteúdo que compartilha.

Em um mundo movido por interesses é fundamental saber ler nas entrelinhas, compreender o que pode estar por trás de cada informação. As consequências de disseminar esse tipo de conteúdo vão desde passar vergonha até ter alguém completamente desqualificado nos cargos políticos mais importantes do País.

Para não acabar esse texto de forma tão pessimista, é válido considerar o nosso contexto histórico. Somos uma democracia recente, nossa Constituição é de 1988, então ainda estamos no processo de aprendizagem sobre como exercer nossos direitos, realizar deveres e ter uma relação saudável com aqueles que escolhemos para governar. Por isso que não há nada mais importante do que utilizar bem o nosso voto. Para que nunca mais tenhamos que ouvir desculpas para a falta de dinheiro na administração pública ao mesmo tempo em que pagamos impostos na ordem dos trilhões. Vote e compartilhe informações com consciência.

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