Com 33 anos e em sua primeira campanha pela Câmara Municipal, Chico Paiva tem uma forte relação com a política que vem de família. Ele é neto de Rubens Paiva, deputado federal que foi vítima do regime militar. Após ter trabalhado na Secretaria Municipal do Meio Ambiente, na Secretaria Estadual da Fazenda e na Câmara dos Deputados, após a eleição de Jair Bolsonaro, Chico sentiu que era hora de honrar sua herança familiar de combate ao autoritarismo e às injustiças. “Tenho esse legado de família e senti que chegou a minha vez de continuar essa luta. O partido (PSB) tem propostas que dialogam com as minhas, com meus valores de como fazer política”, afirma.
O candidato defende bandeiras ligadas à mobilidade, meio ambiente e inclusão, de forma a reduzir a desigualdade social, e declara que “os cidadãos e o poder público devem ser parceiros na construção da cidade”. Como morador da região, quer trabalhar pela preservação dos bairros e pressionar o Executivo para melhorias de infraestrutura. “Precisamos resolver o problema das enchentes. Pessoas perdem suas casas e comércios por isso. Também precisamos ter um olhar para essa verticalização desenfreada. O Plano Diretor mitigou parte disso e precisamos manter as coisas boas que já estão previstas lá”, diz.
Sobre a administração regional, estendendo à política de forma geral, Chico fala da importância da participação. “As subprefeituras foram criadas para serem as representantes da Prefeitura dentro dos bairros, mas muitas acabaram virando um penduricalho de empregos. Também vemos aquela relação de criar dificuldades para vender facilidades. Seria muito interessante ter a população mais próxima das subprefeituras”, diz. “Em 2013 vimos um descontentamento absoluto com a classe política, que ao invés de absorver essa demanda da sociedade, se fechou. Os políticos se blindam de controle social. Não precisamos que falem ‘deixa comigo’, mas sim ‘vem comigo’. Ao limitar a atuação de conselhos, afastar os cidadãos, mais ou maus funcionários se dão bem. Esse desmonte do mecanismo de participação social é proposital”, completa.
Chico também é próximo do Padre Júlio Lancellotti e admira o seu trabalho com as pessoas em vulnerabilidade. A população em situação de rua é um tema que gera grande debate no território, como por exemplo nos casos da Praça Cornélia e Avenida Doutor Gastão Vidigal. “Temos que trabalhar para tirar essas pessoas da rua, ajudá-las a sair dessa situação. Não fazer com que saiam da frente da porta de uma casa para ir à porta do vizinho ou para outra região. Muita gente se incomoda, mas é a realidade, precisamos tratar a raiz do problema. Precisamos dar educação e oportunidades”, afirma.
A inclusão digital é outro tema que considera fundamental. “Precisa ter internet para que as pessoas tenham acesso, por exemplo, a vagas de emprego. A inclusão digital deveria ser um direito básico”, destaca. Na Câmara, Chico Paiva pretende criar um gabinete-escola, com presença de jovens e lideranças da periferia para trabalharem e terem a experiência sobre o funcionamento da Câmara, algo que já está em andamento com sua equipe de campanha.