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Os temas de destaque dessa semana são a educação e, mais uma vez, as pessoas em situação de rua. Questões intimamente ligadas porque é justamente a falta de educação e de oportunidades que faz com que pessoas se tornem vulneráveis.

Embora exista um discurso perigoso nesse sentido, ninguém opta por morar na rua porque quer. Porque não quer trabalhar. Nada disso. É extremamente raso falar em meritocracia quando as pessoas não estão nem perto de começar em pé de igualdade.

Sem investimentos que garantam o acesso a uma educação de qualidade e empregos, continuaremos vendo pessoas que vivem de forma degradante, à margem da sociedade. É compreensível a preocupação de famílias que convivem com cenas da desigualdade escancaradas em suas portas. É justo querer segurança ao andar pelo seu bairro, apesar de que a maioria das pessoas em situação de rua não é perigosa. Também seria ideal sempre encontrar ruas e praças limpas. Mas tentar mudar o problema de uma praça para outra, de um bairro para o outro, ou empenhar esforços para minimizar o impacto à vista não resolve a questão principal, apenas a camufla.

A pandemia deixou claro o abismo que há entre os estudantes da rede privada, que conseguiram manter seus estudos com alguma qualidade, e os da rede pública, sendo que muitas famílias tiveram dificuldades para acessar aulas, materiais didáticos e manter a constância do aprendizado. Segundo a Unicef isso aconteceu com um em cada três alunos.
Essa semana foram retomadas as aulas presenciais, seguindo protocolos de segurança, com escalonamento de estudantes e de forma não obrigatória. Não será fácil compensar esse mais de um ano perdido, já que mesmo antes da crise sanitária a defasagem de ensino estava presente.

Se para mudar a realidade e sanar os problemas não adianta apenas utilizar medidas mitigatórias, exercer a cidadania de forma local sempre ajuda. Talvez nós, cidadãos comuns, não consigamos sozinhos resolver a desigualdade. Mas podemos agir na região em que vivemos. Para isso devemos nos envolver com as comunidades escolares, com as entidades que desenvolvem trabalho social e cobrar políticas que prevejam resultados, mesmo que no longo prazo. Uma iniciativa muito bonita é a do programa Escolas do Bem do Instituto Noa, apoiado pelo JG, que prevê a integração entre escolas públicas e particulares, fomentando a consciência social e ambiental em crianças. Que eles consigam fazer mais por suas comunidades do que nós.

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